Violão de Américo Jacomino, o Canhoto
São Paulo é uma terra que contribui há muito tempo com a história do violão brasileiro e do choro. Um de seus primeiros destaques foi o genial autodidata Américo Jacomino, o Canhoto (1889-1928), personalidade que uniu o universo do choro e das serenatas pelos bairros paulistanos com as salas de concerto. Tocava, sem modificar o posicionamento das cordas, com o instrumento invertido.
Canhoto foi instrumentista, compositor e professor de música. Teve grande reconhecimento do público e da crítica. Foi amigo do cantor e compositor paulistano Paraguassú. Aos 15 anos já fazia recitais pelo interior de São Paulo. Gravou seus primeiros 78 rpm entre 1912 e 1915. No ano seguinte, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo faria um célebre concerto que marcou a história do violão brasileiro. Foi artista da pioneira Rádio Educadora Paulista.
“Marcha Triunfal Brasileira”, “Marcha dos Marinheiros” e o choro “Olhos Feiticeiros” estão entre as peças clássicas do violonista, sem contar a valsa “Abismo de Rosas”, que foi escrita quando ele tinha 16 anos e intitulada, anteriormente, “Acordes do Violão”. Em 1927, tocou no programa “Noites Brasileiras”, do Theatro Municipal de São Paulo, organizando um conjunto, o Turunas Paulistas, formado por 4 violões, 2 cavacos, flauta, sax, reco-reco, maracaxá e pandeiro. Técnica, virtuosismo e busca por novos caminhos marcaram a curta vida musical deste extraordinário chorão paulistano e base para o violão brasileiro.
“Abismo de Rosas” (1927), valsa com Canhoto
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