Cidade social inteligente aporta em solo brasileiro
Em área de mais de 3 km² na região metropolitana de Fortaleza, é erguido um complexo habitacional, comercial e empresarial sustentável para 25 mil pessoas
Para quem acha que tecnologia e sustentabilidade são excludentes, um projeto urbano a 55 km de Fortaleza (CE) quer provar o contrário.
É em São Gonçalo do Amarante que está em construção uma cidade social inteligente.
Criada por uma empresa ítalo-britânica, muitas de suas inovações vão beneficiar os moradores de toda aquela região.
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O primeiro ponto que Susanna Marcchioni, CEO no Brasil do Grupo Planet Smart City, ressalta é justamente o caráter social do empreendimento.
“Ele é aberto e não um condomínio fechado”, ressalta.
Assim, espaços que o integram, como um hub de inovações, podem ser utilizados não somente pelos moradores da Smart City Laguna, a cidade social inteligente em questão.
Habitantes do entorno e de localidades próximas também têm acesso às atividades ali realizadas, como aulas de inglês e sessões de cinema gratuitas.
Trabalho criativo
O hub congrega ainda eventos gastronômicos e um espaço de trabalho criativo.
A ideia é compartilhar experiências culinárias e conhecimentos sobre tecnologia, além de treinamentos de habilidades para quem procura emprego.
Por sinal, tudo isso feito na base da troca. Economia colaborativa é um dos conceitos-chave dessa cidade social inteligente.
E um dos pilares mais importantes das colaborações é um aplicativo gratuito chamado Planet App. “É o painel de controle da cidade”, define Susanna.
“Entre suas funções, ele permite desde o compartilhamento de caronas até pedir socorro por meio de um botão de SOS”, explica.
“Quando é acionado, são enviadas mensagens para cinco contatos cadastrados pelo usuário, em caso de alguma emergência.”
O aplicativo também promove troca e venda de serviços e até de sobras de comida.
A cidade social inteligente ocupa um espaço total de 330 hectares, ou 3,3 km².
Ela é composta de 7.300 lotes, dos quais 3.000 já foram vendidos. Suas áreas partem de 150 m², e os preços, de R$ 30 mil.
Há ainda a possibilidade de comprar uma casa pronta, de 50 m², por R$ 95 mil.
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O empreendimento se divide em termos de uso: 70% dos lotes são para fins residenciais, 23% para comerciais e 7% para empresariais.
O polo comercial da cidade social inteligente vai priorizar o emprego de mão de obra local, ou em um raio de até 60 km ao redor.
“Morar perto do trabalho é mais sustentável”, justifica a CEO.
Sustentabilidade, aliás, marca ainda a composição estrutural da Smart City Laguna.
Há ciclovias em todo o seu perímetro. A iluminação é por LEDs, o que reduz os gastos com energia elétrica em 70%.
Em vez de asfalto, as vias são de um piso intertravado, o que facilita sua manutenção.
“Na fundação, fizemos uma drenagem profunda para evitar enchentes”, afirma Susanna.
Mais cidades
Os primeiros 1.800 lotes da cidade social inteligente foram entregues em fevereiro de 2018.
A previsão é que todo o empreendimento esteja ocupado até 2021 por cerca de 25 mil pessoas, entre moradores, comerciantes e trabalhadores.
O Grupo Planet deve lançar um total de dez Smart Cities no Brasil nos próximos cinco anos.
Para 2019, já está previsto o lançamento de uma delas no Rio Grande do Norte. Por coincidência, em uma localidade também chamada São Gonçalo do Amarante.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.