Fibra feita de resíduos de coco vira tecido para roupas
Tecnologia baseada em fermentação não demanda cultivo extenso de plantas como algodão ou árvores
A empresa Nanollose criou uma fibra para tecidos feita a partir de resíduos de coco, que pode substituir o rayon comumente usado na confecção de roupas e móveis.
A fibra Nullarbor (do latim “nullus arbor”, que significa “sem árvores”), segundo a empresa, é a primeira de rayon que dispensa o uso de plantas e, portanto, é mais sustentável.
A nova tecnologia aparece em um momento em que a moda está sendo cada vez mais questionada pelo impacto no uso de recursos naturais.
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Normalmente, o rayon e seu similar, a viscose, são feitos a partir de algodão ou de celulose de árvores.
Consequentemente, exigem que uma quantidade significativa de árvores seja cortada, triturada e tratada com produtos químicos agressivos.
Além disso, no processo de purificação, há um alto consumo de energia para obter a celulose necessária para produzir a fibra.
Já na nova tecnologia, micróbios convertem resíduos de biomassa do coco em celulose por meio de fermentação natural.
Essa celulose microbiana, por sua vez, é processada e transformada em fibras.
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A produção do Nullarbor tem menos impacto na natureza, afirma a empresa, pois não demanda sol nem grande quantidade de água e solo.
Como resultado, não requer o corte de árvores ou produção agrícola. E pode ser produzida o ano todo.
Para comparar, a empresa compara a plantação de árvores em uma área equivalente a um campo de futebol (70 metros por 100 metros).
A normal leva de 12 a 18 anos para crescer e gera 3,5 toneladas de celulose por ano.
A nova tecnologia, no mesmo espaço, leva de 10 a 15 dias para gerar 115 toneladas de celulose por ano.
A Nanollose se especializou em tecidos produzidos sem o uso de plantas.
Já produziu fibras a partir da cerveja, vinho e resíduos de alimentos, como uma alternativa ao algodão e ao linho.
Para a empresa, a nova tecnologia demonstra que é possível converter celulose microbiana em fibras de tecido comercializável e, portanto, em grande escala.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.