Fogão solar de baixo custo é desenvolvido por pesquisadores do RN

Em parceria com qsocial
26/06/2018 20:20

O custo do botijão de gás é um dos gastos domésticos que mais pesaram no bolso do consumidor brasileiro em 2017. Assim, é possível dizer que, para as famílias de menor renda, cozinhar se torna quase que um luxo. Se depender de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), porém, a solução para esse problema pode, literalmente, cair do céu: eles desenvolveram um modelo de fogão solar.

Fogão solar foi desenvolvido por pesquisadores da UFRN
Fogão solar foi desenvolvido por pesquisadores da UFRN

O protótipo desse aparelho doméstico, dotado de quatro bocas, foi feito de materiais de baixo custo: resíduos industriais, espelhos e fibras vegetais de juta, usadas na confecção de sacos de estopa.

Seu funcionamento consiste em transformar a radiação do sol em calor, produzindo uma espécie de efeito estufa para cozinhar ou assar os alimentos.

De acordo com o professor Luiz Guilherme Meira de Souza, pesquisador do laboratório de máquinas hidráulicas do curso de engenharia mecânica da UFRN e estudioso do tema há 40 anos, o fogão solar, desenvolvido por um aluno da pós-graduação da universidade, não encontra similar em parte alguma do mundo.

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A universidade também desenvolveu modelos de forno solar
A universidade também desenvolveu modelos de forno solar

Forno solar

Além do fogão, cuja aparência remete a uma antena parabólica, a turma da Universidade Federal do Rio Grande do Norte também já desenvolveu modelos de forno solar.

Um deles foi o projeto de conclusão do mestrado do engenheiro Mário César de Oliveira Spinelli, em 2016. Ele gastou R$ 150 em seu protótipo feito de MDF – chapa composta de fibras de madeira –, espelhos e uma placa de metal.

O engenheiro Pedro Henrique de Almeida Varela, por sua vez, empregou sucatas de pneus, latinhas de cerveja e uma urupema, tipo de peneira indígena, em seu modelo de forno solar.

Esses fornos em geral levam mais tempo para assar os alimentos do que os tradicionais, mas comportam um número maior de assadeiras.

Tanto os fornos como o fogão solar requerem alguns cuidados durante o uso, como a adoção de óculos escuros para proteger os olhos contra a luminosidade.

Apesar da provada eficácia dos equipamentos, o professor da UFRN afirma que esses projetos carecem de investimentos para ser fabricados em escala. As próprias pesquisas que visam à aplicação da energia solar como tecnologia social sofrem no Brasil com a falta de recursos, segundo ele.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.