Manual gratuito ensina a fazer aquecedor solar com garrafas PET
Sistema de baixo custo ajuda a economizar na conta de energia e poder gerar renda complementar para instituições sociais
O chuveiro elétrico é um dos itens que mais pesa no orçamento doméstico. Mas é tão bom tomar um banho quente, não? Pois existe um manual que ensina a fazer um aquecedor solar com garrafas PET, embalagens longa-vida e canos PVC.
Além de ser um sistema de baixo custo, ele ajuda a economizar na conta de energia. E também pode se transformar em fonte de renda complementar para associações e instituições sociais.
O aquecedor que a publicação da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A.) ensina a montar foi desenvolvido pelo catarinense José Alcino Alano. Ele inventou um coletor de calor solar feito com garrafas PET, embalagens longa-vida e canos de PVC, entre outros materiais.
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Esse coletor tem que ser instalado em um ponto mais baixo do que o reservatório ou caixa d’água. Dali, canos levam a água para o coletor, onde o calor do sol aquece o líquido.
“À medida que a água esquenta, ela sobe para a parte superior da caixa, pressionada pela água fria, que, por ser mais densa, flui para a parte inferior do coletor e empurra a água quente para cima”, explica o texto.
O manual traz ainda descrições e ilustrações sobre como deve ser montado o sistema. E as dimensões e quantidade de materiais necessários para atender a diferentes situações.
Alano inventou esse sistema para sua casa, em 2002. Em uma reportagem da revista “Superinteressante”, ele explicou que usou 100 garrafas PET de dois litros, 100 embalagens Tetra Pak de leite, 30 metros de tubos de PVC, entre outros materiais.
Após seis horas de exposição ao sol, a água chegava a 36 oC, no inverno, e a 50 oC, no verão.
À época, ele havia gastado R$ 83 para construir esse sistema, que lhe rendia uma economia mensal de R$ 46,80, graças a 120 quilowatts de energia que ele deixava de consumir da rede elétrica.
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O projeto chamou a atenção e foi replicado em diversos lugares, até que o governo de Santa Catarina e a Celesc firmaram convênio para propagar e difundir esses aquecedores.
O sistema foi patenteado, segundo o manual, para que ninguém pudesse registrá-lo e impedisse que ele fosse sendo ensinado e construído.
A única ressalva é que o sistema “não pode ser fabricado em escala industrial por empresas, mas apenas por associações ou cooperativas de catadores e instituições sociais, para gerar renda complementar para as famílias envolvidas em sua produção”, afirma a publicação. Também não pode ser usado para fins eleitorais.
O manual pode ser bem útil, especialmente em uma época em que economizar dinheiro, reciclar e usar alternativas mais limpas de geração de energia são importantes para as pessoas e para o planeta.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.