Pesquisadores desenvolvem borracha capaz de se consertar sozinha
Peça é produzida em impressora 3D; descoberta pode contribuir para reduzir volume de pneus e calçados descartados
Um pneu furado e um solado de tênis que se autorregeneram estão perto de virar realidade. Pesquisadores da Viterbi School of Engineering, da Universidade do Sul da Califórnia, desenvolveram, em impressora 3D, um tipo de borracha capaz de se consertar sozinha.
O novo material pode ajudar a reduzir o desperdício e contribuir para diminuir o descarte de borracha. Afinal, calçados, brinquedos, pneus e outros produtos durariam mais tempo.
Além disso, a tecnologia reduziria a necessidade de comprar esses itens. Só de pneus, anualmente, são fabricadas 730 milhões de unidades no mundo, e 800 milhões são descartadas. No Brasil, são 17 milhões de pneus descartados por ano.
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O material criado pelo professor Qiming Wang e seus alunos da Viterbi, em conjunto com o professor Ying Li, da Universidade de Connecticut, é feito com um método de impressão 3D com fotopolimerização. Em resumo, é um processo que usa luz para solidificar uma resina líquida em qualquer formato.
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Primeiro, os pesquisadores alteraram a composição química do material. Adicionando um oxidante no processo, um conjunto de compostos químicos chamados tióis se transforma em dissulfetos, uma unidade estrutural química que é capaz de se autorregenerar.
O principal desafio dos cientistas foi encontrar o equilíbrio entre os elementos para que a autorregeneração e a fotopolimerização rápida fossem possíveis.
A descoberta diminui o tempo de fabricação, o que pode ser vantajoso para a indústria. Em 20 minutos, é possível imprimir uma peça inteira. O solado, por sua vez, é capaz de se regenerar em apenas algumas horas.
O estudo, publicado no periódico NPG Asia Materials, do grupo Nature, demonstra a capacidade de regeneração em diversos produtos, de robôs a sapatos. Esses produtos, após serem cortados ao meio, se recuperaram completamente em duas horas.
Para isso, os materiais danificados precisam ser submetidos a 60º C. Esse tempo de reparo de duas horas pode diminuir com o aumento da temperatura.
O próximo passo dos pesquisadores é desenvolver diversos materiais, em diferentes escalas de rigidez, que se autorregenerem, variando da borracha até plásticos rígidos usados em peças de veículos.
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