Realidade aumentada na construção civil evita desperdício na obra
Com o auxílio de óculos especiais, software orienta colocação exata de tijolos para montar parede que esteja de acordo com o projeto arquitetônico
“Tijolo com tijolo num desenho mágico.” O verso é da música “Construção”, de Chico Buarque, composta há quase meio século. Mas que já parecia prenunciar um sistema que permite erguer paredes com certo nível de, digamos, encantamento. Trata-se da aplicação da realidade aumentada na construção civil.
Nem precisa ser uma “torre traçada por Gaudí”, para citar, desta vez, um verso de Caetano Veloso em “Vaca Profana” que se refere ao famoso arquiteto catalão.
Mas, mesmo nos projetos menos sofisticados, há arranjos arquitetônicos cuja execução é mais complicada. Paredes de tijolos em curva e sua geometria mais específica, por exemplo.
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Para ajudar a colocar de pé essas estruturas de design mais complexo, foi criado um software que orienta os trabalhadores por meio de recursos de realidade aumentada.
Estamos falando da tecnologia que mistura os mundos real e virtual, com o uso de softwares e óculos especiais.
É com o uso desses recursos que funciona o Fologram. Ele opera a partir do programa de modelagem tridimensional Rhinoceros 3D.
Por meio do uso de sensores e câmeras de posicionamento, o aplicativo indica, nos óculos de realidade virtual Hololens, da Microsoft, a ser usados pela equipe de construção, onde colocar cada tijolo da primeira fileira.
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Em seguida, analisa os ângulos precisos de cada camada seguinte, adaptando as instruções à medida que a parede se eleva. O método evita erros e retrabalho, propiciando uma obra mais limpa e sem desperdício de materiais.
Assim, é preciso fazer uma ressalva ao prenúncio de Chico Buarque: não é mágica; é tecnologia – a aplicação da realidade aumentada na construção civil.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.