Vida a bordo do Infinity: Uma viagem pela Patagônia
A cor azulada dos glaciares, que se formaram em dezenas ou até centenas de anos[/img]
Como estamos no inverno chileno, o fluxo de pessoas e barcos na Patagônia é baixo, muitos hotéis e estabelecimentos comerciais fecham nessa época, portanto ao longo dos 1800 km dificilmente tínhamos companhia. Era como se tivéssemos toda aquela paisagem exuberante exclusivamente para nós.
Boa parte do caminho foi feita com o motor ligado, uma vez que os fiordes são estreitos e não têm largura suficiente para velejar.
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Os primeiros dias o Infinity passou por diversos glaciares de coloração azulada, icebergs e blocos menores de gelo estavam por toda parte em volta do barco. Os icebergs tinham formatos e texturas incríveis, alguns eram granulados, outros eram como cristais, transparentes e hexagonais. O tempo de formação dos glaciares temperados da Patagônia pode variar de dezenas a centenas de anos e estão em constante movimento.
A vegetação do local também é bastante interessante, de aspecto esponjoso e totalmente úmido. Após 5 dias de viagem paramos num pequeno vilarejo de pescadores chamado Puerto Eden, com apenas 90 habitantes. Ali passamos uma noite e fizemos um pequeno passeio interagindo com os locais, curiosos para saber quem estava a bordo daquele lindo veleiro “rojo” (vermelho, em espanhol).
Passamos também no Pumalín Parque, uma região com águas termais, onde paramos para um momento relaxante nas águas super quentes que brotavam do fundo dos pequenos “poços”. Mais uma vez: sozinhos. Apenas nós, as focas curiosas e a natureza.
De lá seguimos ao Golfo de Penas, onde abrimos as velas e velejamos por 3 dias. A região do Golfo de Penas é considerada uma área perigosa por seus ventos fortes vindos principalmente do oeste e pelas grandes tempestades. As ondas frequentemente ultrapassam os 4 metros, e respondem com rapidez as rajadas repentinas de vento. Além disso a costa não oferece lugares para ancorar. Porém, fizemos nossa passagem em segurança, com dias lindos de sol, ondas um pouco grandes que tornavam a dinâmica dentro do barco diferente e de certa forma divertida. Tudo precisava estar preso de alguma forma, a noite ouvíamos canecas quebrando na cozinha, objetos caindo.
A experiência é extremamente transformadora. Todos aprendem a guiar o barco e o básico de como velejar. Há quem se aprofunde e se torne realmente mais especializado no assunto, como Zach Smith, um inglês de 23 anos que está a bordo do Infinity há um ano. Acordar as 4 da manhã para guiar, ver focas, golfinhos saltando em volta do barco, ver o nascer do sol entre as montanhas de neve, o famoso Monte Corcovado, sentir o vento bater no rosto e aquela sensação única de liberdade.
A viagem encerrou bem, chegando a Puerto Montt. Ficam na memória os dias maravilhosos vividos com Infinity Expedition, onde todos convivem com harmonia, cada um com suas histórias, suas peculiaridades e seus sonhos.