Escolas australianas terão aulas para discutir gênero

17/10/2016 18:05 / Atualizado em 25/04/2019 10:52

A partir do ano que vem, as escolas do Estado de Victoria, na Austrália, implementarão uma nova disciplina pensada, especificamente, para desconstruir estereótipos de gênero e combater a violência doméstica.

Batizada de “Relações Respeitosas”, a disciplina leva ao currículo das escolas do ensino fundamental ao médio, atividades para discutir questões como desigualdade social, violência de gênero e privilégio masculino, passando por temas como desigualdade salarial, orientação sexual e controle da agressividade.

A construção de uma sociedade mais empática, respeitosa e igualitária começa com a educação que damos às crianças desde cedo. Dos exemplos dos adultos ao seu redor, à relação que a criança nutre com o espaço público, as crianças se formarão a partir de todas as suas experiências na infância.

Batizada de “Relações Respeitosas”, a disciplina leva ao currículo das escolas do ensino fundamental ao médio, atividades para discutir questões como desigualdade social, violência de gênero e privilégio masculino, passando por temas como desigualdade salarial, orientação sexual e controle da agressividade.
Batizada de “Relações Respeitosas”, a disciplina leva ao currículo das escolas do ensino fundamental ao médio, atividades para discutir questões como desigualdade social, violência de gênero e privilégio masculino, passando por temas como desigualdade salarial, orientação sexual e controle da agressividade.

Nesse sentido, educadores do Brasil e de outros países do mundo começam a pensar formas de levar para as escolas temáticas relacionadas à esses temas, para conscientizar as futuras gerações e contribuir para a desconstrução de estereótipos de gênero.

A ONU Mulheres, por exemplo, para prevenir a violência decorrente do machismo nas escolas e conscientizar meninos e meninas sobre o direito das mulheres de viver uma vida livre de violência, lançou um ‘Currículo de Gênero’. As aulas abordam os seguintes temas: Sexo, gênero e poder; Violências e suas interfaces; Estereótipos de gênero e esportes; Estereótipos de gênero, raça/etnia e mídia; Estereótipos de gênero, carreiras e profissões: diferenças e desigualdades e Vulnerabilidades e Prevenção.

Aqui no Brasil, a Escola do Ser, no interior de Goiás, destacada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como instituição pioneira no país a trabalhar com crianças pequenas, a partir de 6 anos, temas como feminismo e desconstrução do machismo entre os meninos, possui como diretriz o objetivo de promover equidade entre os gêneros.

O machismo está nas falas, na educação, nas relações, em todos os momentos.
O machismo está nas falas, na educação, nas relações, em todos os momentos.

Lá, todas as tarefas são exercidas pelo coletivo e a equidade entre os gêneros começa no cotidiano da escola: meninos e meninas lavando louça, passando café, trocando fralda do filho da professora, jogando futebol, abrindo computadores e construindo prédios de lego.

O projeto pedagógico conta com oficinas que abordam as questões de gênero: Educação Sexual, Relações de gênero e Direitos Humanos. Na primeira, crianças e adolescentes estudam sobre seus sentimentos, biologia dos corpos, puberdade, como os bebês são feitos, além de trazer conteúdos que ensinam às crianças sobre seus corpos e limites, para enfrentamento da violência sexual. Na segunda oficina, dirigida para crianças de 6 a 12 anos,  a escola desenvolve um trabalho por meio das princesas e príncipes para proporcionar a reflexão sobre a cristalização dos estereótipos de gênero.

Com informações de BBC.