Famosos aderem a campanha sobre câncer

17/06/2015 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:39

O que você faria com mais tempo? A atriz Gloria Pires ficaria mais com cada um dos filhos. “Eu teria o filho que eu nunca tive”, diz a atriz Bárbara Paz. O ator Reynaldo Gianecchini olharia com mais calma para as coisas, as pessoas e o mar.

Essa pergunta norteia a campanha #PorMaisTempo, uma iniciativa da Femama, do Instituto Oncoguia e da Roche para trazer conscientização sobre o câncer de mama metastático _ fase da doença em que o tumor atingiu outros órgãos do corpo _, que é tratável.

Glória Pires apoiou a campanha #PorMaisTempo
Glória Pires apoiou a campanha #PorMaisTempo

Artistas como a apresentadora Ana Maria Braga, o ator Alexandre Borges e a apresentadora Marília Gabriela também contaram o que fariam se tivessem minutos, dias, meses ou anos a mais. Não só eles: mulheres com a doença deram suas opiniões.

A proposta da ação é lançar luz sobre a realidade das pessoas que lutam contra a doença no Brasil. Ela não é mais uma sentença de morte, mas exige tratamentos que, muita vezes, estão disponíveis apenas no sistema privado de saúde. As organizações propõem a incorporação de novos medicamentos para câncer de mama metastático no SUS (Sistema Único de Saúde).

Há menos de uma década, uma pessoa com câncer de mama metastático vivia apenas alguns meses após o diagnóstico. “Agora, ela tem anos de vida”, destacou a médica Maira Caleffi, presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).

Se tivesse mais tempo, Reynaldo Gianecchini teria mais calma
Se tivesse mais tempo, Reynaldo Gianecchini teria mais calma

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Jr., é possível viver cinco anos ou mais com a terapia certa. Mas o sistema público de saúde não oferece as opções disponíveis no privado. O médico Rafael Kaliks, oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico do Instituto Oncoguia, diz que o aumento da expectativa de vida com terapias combinadas – não disponíveis no SUS – é de 34 meses.

“Parece que mudo de país quando saio do Icesp [Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira], onde fico até o meio-dia, e chego ao Hospital Sírio-Libanês”, destacou o médico Max Mano, que trabalha nas duas instituições.

https://www.youtube.com/watch?v=JHUNJi8h7lI

“Acesso [aos melhores tratamentos] é tempo. E tempo é vida”, sinalizou a psicóloga Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia e uma das idealizadoras da iniciativa.

A campanha foi lançada hoje, no Masp (Museu de Arte de São Paulo), e inclui uma petição on-line direcionada ao Ministério da Saúde, solicitando a incorporação de novos medicamentos para câncer de mama metastático no SUS.

No lançamento, foi apresentada uma pesquisa inédita do Instituto Datafolha sobre o conhecimento da população sobre câncer e sobre o acesso ao sistema de saúde.

No total, 65% das pessoas recorrem ao SUS para tratamento médico, 25% usam plano de saúde e 19% vão a médicos particulares.

https://www.youtube.com/watch?v=-D0Tp9K7lpg

Pelo levantamento, 70% dos brasileiros associam o câncer de mama metastático a pouco tempo de vida. “A doença é tratável e está caminhando para se tornar crônica”, destaca Luciana Holtz.

A pesquisa entrevistou 2.907 pessoas com idade entre 25 e 49 anos, que não têm e nunca tiveram câncer, em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%.

Por QSocial