Negócio brasileiro que reaproveita tecidos é finalista de premiação mundial
O Banco de Tecido, empresa em que a moeda circulante são peças que seriam jogadas fora, é um dos dois brasileiros finalistas do desafio global Tecendo a Mudança – Inovações para uma Indústria Têxtil Sustentável, promovido pelo Instituto C&A e pela Ashoka.
Dos 300 participantes de 55 países inscritos, dez iniciativas de quatro países foram selecionadas para esta fase. Os finalistas participarão da Copenhagen Fashion Summit em maio, considerado o principal evento de sustentabilidade na moda, quando serão conhecidos os três vencedores. Os prêmios totalizam R$ 400 mil, para investimento e expansão.
O outro representante brasileiro é o Alinha, uma plataforma on-line focada na melhoria das condições de trabalho de capacitação, organização e gestão de oficinas de costura.
Ao promover um sistema de circulação com peças de reúso, o Banco de Tecido, em atividade desde janeiro do ano passado, recoloca no mercado materiais de segunda mão e sobras de produções de 200 correntistas.
O diferencial do banco é ter criado “um sistema de economia circular e inclusivo em que artesãs e fábricas se beneficiam continuamente e em colaboração”, afirma Lu Bueno, 46, sócia-fundadora do negócio social. “Nós acreditamos que estender o ciclo de vida dos materiais é essencial para o consumo consciente.”
É possível depositar tecidos, trocar por outros ou comprar aquilo que você precisa. “Além do preço, de R$ 35 o quilo, a vantagem é que o acervo conta com tecidos exclusivos e antigos, que não são encontrados no comércio tradicional”, explica Lu, ressaltando que todo o estoque tem um registro de origem.
O negócio conta com unidades em São Paulo e Curitiba e envia peças para o Rio, Minas e Santa Catarina, principalmente. “Nosso próximo passo será finalizar a estrutura da expansão das lojas físicas e colocar no ar a plataforma digital.”
Por QSocial