Parto humanizado: governo lança medida para diminuir intervenções
O governo federal aproveitou o Dia da Mulher para lançar uma série de novas diretrizes que vão contribuir para a humanização do parto normal e para diminuir o número de intervenções desnecessárias na hora do nascimento.
O documento gerado pelo Ministério da Saúde foi construído por um grupo multidisciplinar de diversos hospitais e entidades, com base em evidências científicas e normas de países como Inglaterra e Bélgica. Ele servirá de consulta para profissionais da saúde e gestantes.
Segundo essas novas resoluções, a mulher poderá definir seu plano de parto, que traz informações sobre as decisões da mulher. De acordo com a declaração oficial, “essas medidas visam o respeito no acolhimento e mais informações para o empoderamento da mulher no processo de decisão ao qual tem direito”.
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Outra novidade do documento é o reconhecimento dos Centros de Parto Normal, como a Casa Ângela, em São Paulo, como locais seguros e de baixo risco para o parto, podendo contar com a assistência de enfermeira obstétrica ou obstetriz – envolvimento que, segundo a declaração, reforça o cuidado humanizado.
Entre as novas diretrizes para as maternidades, estão:
- Liberdade de posição durante o parto.
- Dieta livre, com jejum não obrigatório.
- Presença de doulas no parto.
- Presença de acompanhante.
- Respeito à privacidade da família.
- Uso de métodos de alívio da dor, com massagens e imersão em água.
- Contato pele a pele com a criança imediatamente após o nascimento.
- Estímulo à amamentação.
Desse modo, as resoluções têm o objetivo de diminuir intervenções desnecessárias, como a episiotomia, o uso de ocitocina, a cesariana, a aspiração no bebê, entre outras. A manobra de Kristeller, em que se pressiona o útero da mulher para a expulsão do bebê, passa a ser contraindicada.
“Tais intervenções, que deveriam ser utilizadas de forma parcimoniosa, apenas em situações de necessidade, são muito comuns, o que deixou de considerar os aspectos emocionais, humanos e culturais envolvidos no processo. Estas práticas podem colocar em risco a segurança das parturientes e seus filhos ou filhas já que, em muitos casos, não estão de acordo com as melhores evidências científicas”, como diz o documento.
O Ministério da Saúde comemorou também a estabilização no número de cesarianas. Em 2015, ele caiu 1,5% e,em 2016, manteve a estabilidade. Isso se dá à implantação de medidas como investimentos para implementar Centros de Parto Normal, qualificação de maternidades de alto risco e ampliação da enfermagem obstétrica na cena de parto.
Planejamento familiar
Na mesma ocasião, também foi anunciada a ampliação do acesso ao DIU nas maternidades, após o parto e abortos. Ele é o método anticoncepcional mais usado no mundo.
As maternidades terão 180 dias para se adaptar às diretrizes e contarão com um manual prático com orientações sobre sua aplicação.