8 iniciativas que representam o afroempreendedorismo brasileiro
Sinônimo de resistência, afroempreendedorismo é alternativa ao desemprego em alta no país
Com uma enorme taxa de desemprego no país, empreender se tornou verbo de luta no Brasil. Sobretudo para a população negra, cuja taxa de desocupação é 49,6% maior do que a de brancos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Situação que se agravou ainda mais durante a crise gerada pela pandemia.
Diante de um mercado de trabalho excludente, o afroempreendedorismo é, antes de tudo, sinônimo de resistência e sobrevive há décadas, ocupando lugar central no ativismo antirrascista.
Em entrevista recente, Adriana Barbosa, CEO da PretaHub e fundadora da Feira Preta, detalha a importância do empreendedorismo negro.
“Temos 131 anos pós-período abolição e, se tem algo que fez com que a população negra sobrevivesse ao racismo estruturado e, muitas vezes, institucionalizado, foi o ato de empreender. Empreendemos há 13 décadas de forma potente, mesmo diante de nossas vulnerabilidades”, detalha ela durante conversa com a rede GIFE.
Afroempreendedorismo em números
Para traçar um perfil sobre o afroempreendedorismo no Brasil, a aceleradora PretaHub e pelo Movimento Black Money realizaram pesquisas sobre o assunto. Confira alguns números:
- Afroempreendedorismo movimenta R$ 1,7 trilhão por ano;
- 61,5% são mulheres; 35,8 tem entre 25 e 34 anos;
- 40% dos adultos negros são empreendedores;
- 61,9% dos empreendedores pretos e pardos possuem ensino superior;
- 15,8% apresentam renda familiar superior a seis salários mínimos;
Em celebração ao Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, a Catraca Livre destaca oito iniciativas do afroempreendedorismo brasileiro que você precisa conhecer (e, claro, apoiar!):
Ateliê Agbaiyê
Especializado em xequerês, mini- xequerês, chaveiros e brindes, o Ateliê Agbaiyê é formado por mãe e filha, que, juntas, trabalham com fios e contas de múltiplas cores. O negócio surgiu em 2018 quando ainda ensinavam a arte do trançado, e apareceram os primeiros pedidos, motivando a criação do ateliê.
Malikáfrica
Criada em Salvador, a marca ganhou projeção pela valorização das raízes identitárias afro-brasileiras, tornando-se mais um exemplo da força do empreendedorismo local e feminino. Tem como referência a estética dos países de África e com um diversificado catálogo de produtos como bijuterias, bolsas, pochetes e cadernos, ressaltando a beleza afro-brasileira através de produtos inovadores, confeccionados artesanalmente.
Ateliê Buguela
Ateliê Buguela atua no ramo da costura criativa, tendo como principais materiais tecidos jeans, sarja, brim leve e tecidos africanos. Criado em 2017, o ateliê tem como objetivo realçar a beleza afrobrasileira através da sustentabilidade.
Saúda Acessórios Afro
A Saúda Afro é especialista em brincos afro, trazendo colares, chaveiros e itens de decoração exclusivos e originais, exaltando a criatividade e bom gosto dos símbolos e elementos que fazem parte da cultura do povo preto.
Xeidiarte
A Xeidiarte nasceu em junho de 2015, no Facebook, como uma página de ilustrações, charges e caricaturas, contestando padrões, estimulando o respeito e a igualdade de direitos e oportunidades. Em dezembro de 2017 surgiu a loja, inicialmente com a venda de camisetas e depois vestidos, quadros, cadernos e agendas, inspiradas em personagens e elementos das culturas negra e popular brasileira.
Macraméria By Pre
A Macraméria By Pre nasceu com a necessidade da artesã Pre Caldas se reinventar após um AVC. Dor e preocupação deram lugar para a arte, amor e desafios. Hoje, a marca é especializada em produtos artesanais feitos com macramé, criados para decoração. Com peças como painéis, prateleiras, luminarias, filtro dos sonhos, cortinas, hangers e etc.
Fulelê
A Fulelê nasceu em 2020 com a produção de quiet books, jogos e brinquedos artesanais e contribuem com o desenvolvimento infantil de maneira lúdica. Tem uma linha afro referenciada que aproxima as crianças das culturas africana e afro-brasileira desde pequenos.
Modash
Criada no Rio de Janeiro, Modash tem como diferencial a manutenção de mais de 90% da cadeia produtiva no Benin, país localizado no oeste da África. Trabalha com peças masculinas, femininas e agêneros em estilos diferenciados, indo da alfaiataria à moda urbana. As peças são produzidas com tecidos africanos de alta qualidade (100% algodão) que traduzem a beleza, história e ancestralidade do continente.
Para conhecer outras iniciativas que representam o afroempreendedorismo brasileiro, acesse a loja da Feira Preta.