Carnaval Sem Assédio
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Carnaval Sem Assédio

#CarnavalSemAssédio vai acolher vítimas de abuso em blocos de SP

Catraca Livre, Rua Livre e Prefeitura de São Paulo fecham parceria para criar ambiente seguro de denúncia contra abusos no Carnaval

05/02/2019 16:04 / Atualizado em 10/04/2024 21:58

Assédio não é paquera, assédio não é normal, reclamar de assédio não é mimimi. Em seu quarto ano, a campanha #CarnavalSemAssédio contará com mais apoios para levar esta mensagem e ajudar a combater a violência contra a mulher.

Adesivos da campanha #CarnavalSemAssédio, entregues em blocos de São Paulo, Rio e Olinda
Adesivos da campanha #CarnavalSemAssédio, entregues em blocos de São Paulo, Rio e Olinda - Gabriel Nogueira/Catraca Livre

Parceria da Catraca Livre com a Prefeitura de São Paulo e a Rua Livre, produtora de blocos que pensa ações de impacto social para a folia e para a cidade, a campanha vai levar os Anjos do Carnaval aos blocos da capital paulistana. A equipe, voluntária e treinada, será responsável por acolher e orientar mulheres e LGBTs vítimas de assédio na dispersão, além de ajudar a identificar assediadores em cima dos trios elétricos de blocos parceiros.

Paralelamente, usaremos o Ônibus Lilás, cedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania especialmente para a campanha, como ponto fixo de atendimento.

A cada dia do Carnaval (de 2 a 5/3), e também no sábado de pré-Carnaval (23/2), sempre próximo aos blocos com maior concentração de foliões, o Ônibus Lilás estará presente com profissionais capacitados para receber vítimas de assédio. Também teremos voluntários na distribuição de 90 mil adesivos da campanha por blocos de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Olinda (PE).

Confira onde estará o ônibus e os locais da ação Anjos do Carnaval:

  • Dia 23 de fevereiro: Avenida Faria Lima  – zona oeste (Blocos Casa Comigo e Toca Um Samba Aí)
Voluntária entrega adesivos da campanha durante o Carnaval
Voluntária entrega adesivos da campanha durante o Carnaval - Gabriel Nogueira/Catraca Livre

“Silenciar nunca é o melhor caminho. Fortalecemos as ações para estarmos mais presentes e ampliarmos o combate a esse tipo de atitude. Queremos realmente incomodar quem acha que o assédio faz parte do Carnaval. Não faz”, afirma Paula Lago, responsável pela campanha #CarnavalSemAssédio da Catraca Livre.

A ideia de agir nas ruas, levando orientação, acolhimento e um ambiente seguro para a denúncia nos momentos em que as pessoas se tornam mais vulneráveis surgiu na equipe da Rua Livre.

No ano passado, a pesquisa “LGBTfobia no Carnaval de 2018”, realizada pelo #VoteLGBT, com apoio do Rua Livre e da Ben & Jerry’s, levantou dados também sobre machismo: 80% dos entrevistados, por exemplo, revelaram ter presenciado casos de beijos forçados, encoxadas ou corpos tocados sem consentimento, agressão física, agressão verbal ou abuso.

“Esperamos com esta ação não somente prestar assistência social às vítimas, mas também prover um ambiente seguro e respeitoso para que a denúncia seja efetivada e, principalmente, coibir as ações dos agressores antes que aconteçam. Ninguém vai soltar a mão de ninguém neste Carnaval. E se soltar, vai ser para enviar uma denúncia!”, destaca Estevão Romane, diretor-executivo da Rua Livre.

A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Berenice Giannella, lembra que é “importante conscientizarmos as pessoas de que nem assédio, nem racismo, nem trabalho infantil, nem agressões de qualquer tipo são parte da folia”. E completa: “Todos podem e devem se divertir sem preocupações, tendo a quem recorrer se precisarem de ajuda – e esperamos também que, a partir daí, ocorra uma mudança dessa mentalidade de que ‘no Carnaval tudo é liberado’. Nem tudo. Bom senso e respeito continuam sendo obrigatórios sempre, inclusive na hora da diversão”.

Foliã com o adesivo da campanha #CarnavalSemAssédio em bloco de São Paulo
Foliã com o adesivo da campanha #CarnavalSemAssédio em bloco de São Paulo - Gabriel Nogueira/Catraca Livre

Além da Catraca Livre, da Rua Livre e da prefeitura, a ação conta com uma ampla rede de parceiros que inclui o Ministério Público, a ONU Mulheres, o Conselho Estadual da Condição Feminina, a Comissão da Mulher Advogada (OAB), o Metrô de São Paulo, a Delegacia da Mulher, o coletivo Não é Não, a ONG Engajamundo, a ONG Plan International, a JC Decaux, a Rede Nossas, a agência Fiquem Sabendo e a gráfica Lumi Print.

Nos últimos três anos, a campanha também teve o apoio da ONU Mulheres, da revista “Azmina”, dos coletivos “Agora é que são elas”, “Nós, Mulheres da Periferia” e “Vamos juntas?”, das redes Minha Sampa e Meu Recife e de cerca de 50 blocos de rua do Brasil, incluindo os feministas Mulheres Rodadas e Maria Vem com as Outras.

Os blocos que quiserem apoiar a campanha podem conferir detalhes aqui e mandar email para [email protected].

Todos os conteúdos da campanha #CarnavalSemAssédio são apoiados oficialmente pela 99.