‘Masculinidade não se reafirma com assédio’, afirma promotora
Para combater violência de gênero no Carnaval, o Ministério Público do Estado de São Paulo lançou iniciativa que conscientiza foliões e oferece atendimento
O Carnaval é um período de diversão, mas, muitas vezes, hostil. Para algumas pessoas, a folia também representa beijos forçados, esfregões ou passadas de mão.
No entanto, esse tipo de comportamento é cada vez mais rechaçado pela sociedade. No dia 13 de fevereiro, por exemplo, o Ministério Público do Estado de São Paulo lançou a campanha “O assédio começa depois do não”.
A iniciativa tem como objetivo alertar a importância de se combater comportamentos abusivos durante o Carnaval e também reforça a parceria do MP-SP na campanha #CarnavalSemAssédio, da Catraca Livre.
No evento de lançamento da medida, que ocorreu na Escola Superior do Ministério Público (ESMP), foram promovidas capacitações para os atendimentos da campanha #CarnavalSemAssédio e discutiu-se sobre gênero, preconceito e masculinidade.
Esses assuntos devem ser trazidos à tona, afinal, segundo o Ipea, 527 mil pessoas são estupradas por ano Brasil, e, de acordo com pesquisa do Instituto YouGov, 86% das brasileiras sofrem assédio em espaços urbanos.
Para a promotora de Justiça Fabíola Sucasas, não existe nenhuma justificativa para a violência de gênero. “Masculinidade não se reafirma com assédio. Masculinidade se afirma com respeito”, destaca. E isso não deve ser esquecido, independente da época do ano.
O consentimento é um elemento essencial para ser julgado respeitoso, o que é evidenciado pelo nome da campanha, “O assédio começa depois do não”. Hoje, ações não consentidas são consideradas crimes com pena prevista de um a cinco anos de prisão, graças à lei de importunação sexual, criada em 2019.
Todos os conteúdos da campanha #CarnavalSemAssédio são apoiados oficialmente pela 99.
Responsabilizar homens é caminho contra o assédio no Carnaval