Causa Animal
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Como encontrar um animal perdido? Veja dicas e serviços de buscas

Confira como se guiar e quais ações seguir para aumentar as chances de você trazer seu pet de volta para casa

Antes de qualquer coisa, é preciso falar que é de fundamental importância identificar seu animal de estimação com plaquinha ou coleira bordada. Mesmo que ele esteja acostumado com sua casa, imprevistos acontecem e casos de fuga são mais frequentes do que imaginamos. Basta acompanhar os inúmeros grupos do Facebook destinados à divulgação de animais perdidos. São centenas de novas publicações por dia com pedidos de ajuda.

Nesses casos, agir rapidamente logo após o animal se perder aumenta as chances de encontrá-lo. De acordo com Jorge Pereira, especialista em comportamento animal e fundador da Busca Pet, a maioria dos animais que somem em área urbana se mantém a uma distância que vai de algumas centenas de metros a até uma média de 15 km do ponto em que se perdeu.

Pereira realiza buscas de animais em zonas urbanas e rurais utilizando, entre outros recursos, cães farejadores. Ele e sua equipe participam da série “Radar Pet”, da National Geografic, que mostra como atuam os chamados “detetives caninos”.

As pistas seguidas por esses cães treinados são variadas, vão desde o rastro deixado pelo animal ao tocar o solo até à saliva que sai da boca quando ele está caminhando ofegante.

O valor do serviço do especialista varia conforme o tipo de atuação. Para se ter uma ideia, um pacote que envolve duas horas de trabalho do cão farejador, equipe de investigação, uso de drones (quando necessário) e confecção e distribuição de panfletos sai por R$ 3.500.

Quando os recursos financeiros do tutor são limitados para bancar esse tipo de busca especializada, há outras maneiras de agir. “Eu sugiro o quanto antes fazer a confecção de cartazes e não somente os fixar, mas também fazer a distribuição porque é nesse momento que você tem a oportunidade de falar com as pessoas e elas perceberem a importância que esse animal tem para você”, diz Pereira.

“Quanto mais tempo ele passa na rua, mais ele se torna vulnerável aos perigos do ambiente. Muitas vezes, a gente começa com caso de desaparecimento que acaba terminando em furto, principalmente em casos de cães de porte pequeno. Infelizmente, a criminalidade sabe o valor que têm alguns cães, além do valor emocional que ele tem para a família”, acrescenta.

E por onde se guiar nas buscas?

Os cães – quando fogem de clínicas veterinárias, pet shops ou hotéis – apresentam um comportamento característico que pode nortear as buscas. De acordo com Pereira, é comum que, nesses casos, esses cães andem por longos períodos em linha reta.

“Quando ele se assusta com algo, ele pode passar um período de 3 a 4 horas fugindo, logo depois, ele se entoca em algum lugar que ele ache seguro e, na sequência, começa a circular por esse local. Então, a pessoa que perdeu o cachorro deve fazer esse mesmo movimento, andar no quarteirão dela, em seguida, ir abrindo e aumentando, como se fosse um redemoinho ou rocambole, porque é isso que o cachorro vai fazer”, explica.

Já em casos de cachorros que sumiram depois de sair de casa, o recomendável é que o tutor vá até os locais onde eles frequentam juntos e concentre por lá o trabalho de busca. A explicação para isso é simples: cachorros que se perdem após escaparem de casa têm a tendência de ir a locais onde costumam passear com o tutor.

De acordo com o especialista, o cachorro, quando se estabelece em uma região, passa a explorá-la. Em um dia, ele pode ir para a parte de cima de onde estão para ver o que tem lá, e, no dia seguinte, retornar para o ponto seguro, que é onde ele sabe que pode descansar e não ser atacado nem por outras pessoas, nem por outros cães. Por isso é importante variar os horários das buscas.

Outra dica é concentrar a procura em locais próximos a comunidades, onde habitualmente tem movimentação de cães. “São lugares onde costumam ter rio, portanto, terá água, e também costumam ter um ponto específico onde as pessoas depositam lixo, portanto, terá comida”, explica o adestrador.

Gatos são um capítulo à parte

O gatinho da foto, chamado Fofo, se perdeu dias após ser adotado em São Paulo
Créditos: reprodução/Facebook
O gatinho da foto, chamado Fofo, se perdeu dias após ser adotado em São Paulo

As condições para busca de felinos e cães são um pouco distintas, de acordo com o especialista da Busca Pet. “Os felinos têm uma tendência muito grande a ficarem próximo e, na maioria das vezes, embora as pessoas achem, eles não se perdem, mas abandonam a casa por algum motivo”, afirma. Isso, muitas vezes, pode acontecer porque gatos são extremamente sensíveis a mudanças repentinas na casa, como a entrada de uma pessoa nova, um cachorro e, principalmente, outros felinos. Tudo isso pode fazer com que eles abandonem a moradia.

Nesses casos, a dica é procurar, na vizinhança, locais em que as pessoas ofereçam alimentos, casas com outros gatos, por exemplo. Também é importante procurar em sótãos e depósitos de casas vizinhas, locais que podem passar uma segurança para eles se instalarem.

Ação nas redes sociais

A ação online é tão importante quanto à ação em campo. Vale tudo: publicar no próprio perfil, pedir para amigos, familiares e conhecidos compartilharem, criar posts em sites e grupos voltados para busca de pets perdidos, comentar com a foto do seu animal em páginas de grande alcance e também criar uma página para o seu cachorro ou gato no Facebook para fazer anúncios pagos. (Saiba mais no item 7 da lista de ações a seguir)

Confira em tópicos todos os passos e outras dicas que ajudam nessa busca:

Meu cachorro ou gato sumiu, e agora?

1. Nos primeiros dias, procure no bairro onde seu pet se perdeu, bata de porta em porta, se for preciso. Depois considere um raio maior, pois quando trata-se de cachorros, eles são encontrados frequentemente a alguns quilômetros de distância;

2. Organize mutirão com familiares e amigos e faça varreduras por diferentes bairros. Vale concentrar buscas em locais próximos a comércios, locais onde padarias e restaurantes armazenam lixo, praças, rios e mesmo locais de saída de esgoto. Também é importante conferir onde se concentram cães de rua, já que os cachorros perdidos costumam juntar-se a eles em busca de alimentação;

3. Faça cartazes com fotos, caraterísticas, sexo do animal e seu contato e os espalhe pela cidade. É muito importante que as fotos sejam coloridas e nítidas;

Tequila é uma vira-lata que está desaparecida em São Paulo. Foi vista pela última vez na zona norte
Créditos: reprodução/Facebook
Tequila é uma vira-lata que está desaparecida em São Paulo. Foi vista pela última vez na zona norte

4. Deixe cartazes e panfletos também em pet shops de diferentes regiões da cidade;

5. Converse com comerciantes e porteiros de prédios de regiões próximas de onde o pet foi visto pela última vez;

6. Divulgue as fotos do seu animalzinho com seu contato em sites e redes sociais. Existem inúmeros grupos no Facebook que são destinados para esse tipo de divulgação. Não se esqueça de fazer uma busca diária nessas páginas para ver se encontra a foto dele divulgada por alguém que o encontrou;

7. Tente fazer com que a informação sobre seu pet perdido viralize através de anúncios pagos no Facebook e no Instagram. Nesta última rede, é possível fazer utilizando o seu perfil pessoal, já no Facebook, para conseguir patrocinar um post e fazer com que ele seja exibido para mais pessoas, é preciso criar uma página pública, que pode ser destinada apenas para a procura do seu animal. Os valores cobrados são bem acessíveis e o alcance pode ser gigante e chegar até pessoas que moram perto ou que frequentam a região onde o pet desapareceu;

8. Envie e-mails e mensagens nas redes sociais para ONGs, abrigos e protetores de animais com os dados e fotos do seu animalzinho;

9. Utilize serviços especializados de busca (veja abaixo alguns contatos);

10. Nunca desista até que encontre o animalzinho.

Cuidados

Embora apareçam muitas pessoas com intenção de ajudar nesse processo de busca, é preciso ter cuidado.  O especialista em segurança Rafael Masgrau, da CAPS Consulting, alerta que divulgar o telefone de contato, embora seja necessário, pode acabar atraindo golpistas. Ele recomenda evitar colocar muitas informações pessoais no cartaz de divulgação e nas publicações em redes sociais.

O correto é colocar apenas a foto do animal, número de celular para contato e um codinome. “É bom evitar divulgar seu nome real. Quanto mais informações o criminoso tiver, mais chances de aplicar um golpe”, afirma.

Masgrau também indica que, se for oferecer recompensa, não coloque um valor muito alto, já que cifras elevadas tendem a atrair ações criminosas.

O tutor do animal também precisa estar preparado para receber dezenas de ligações. Se, em uma delas, a pessoa disser que está com o animalzinho, solicite fotos para confirmar a veracidade da informação.

Na hora de encontrar a pessoa, jamais vá sozinho.  “Marque um ponto de encontro para a retirada do seu pet em um local seguro e movimentado como shopping, delegacia, etc. E jamais leve o pagamento da recompensa em dinheiro”, aconselha o especialista. “Informe à pessoa que o fará por transferência bancária, solicitando os dados pessoais dela, como CPF, e somente após ver o animal”, completa. Em casos de sinais suspeitos, Masgrau orienta acionar a Polícia Militar.

Plataforma de busca

Procura-se Cachorro

O Procura-se Cachorro, perfil disponível no Facebook e no Instagram, funciona como um ponto de encontro de animais perdidos ou encontrados, em todo o Brasil, e é gratuito.

Para procurar por seu cão ou gato, é preciso criar um post com os principais detalhes do animal, bairro, cidade, estado e telefone com DDD. Em seguida, enviar o post pronto para a página e aguardar a publicação.

Diariamente são publicados novos casos de pets perdidos e encontrados
Créditos: reprodução/Instagram
Diariamente são publicados novos casos de pets perdidos e encontrados

Serviços pagos

Várias empresas e detetives trabalham com técnicas próprias, cães farejadores e equipamentos especiais, como câmeras de visão noturna e armadilhas. São serviços pagos, com preços que variam conforme o tipo de atuação da equipe. Veja abaixo algumas opções:

Em São Paulo

Busca Pet: (11) 94443-0239 – info@busca.pet (pode atuar em todo o Brasil)

Agência Philadelphia Investigações: (11) 9454-5859 – 24 Horas ou (11) 3034-2459, em horário comercial

Detetive Marcondes: 11 97244 1206

Detetive Horácio: (11) 99561 4998

Em Belo Horizonte

Detetive HT: (31) 3075-3000 ou (31) 99342-1507 – Whatsapp

Este conteúdo é apoiado pelo Carrefour, que – em parceria com a AMPARA Animal  e outras ONGs – está organizando uma série de ações em prol dos animais em todo o país. São mutirões de castração, eventos de adoções em suas lojas, além de treinamento, capacitação e sensibilização dos funcionários e prestadores de serviço da companhia.