4 pontos para acertar na escolha de um coworking pet friendly

Quer levar seu pet para o trabalho? Saiba o que fazer para evitar possíveis transtornos

Muitos formatos de coworking ainda estão sendo testados no Brasil  em todo o mundo, por se tratar de um modelo de negócio relativamente novo. O que funciona e aquilo que não dá certo em escritórios compartilhados ainda gera muitas dúvidas. Permitir ou não que os usuários levem seus pets ao trabalho é uma dessas questões.

“Estima-se que hoje 26% dos coworkings são pet friendly“, comenta Bruna Lofego, especialista em escritórios compartilhados e pioneira do ramo no Brasil. “Esse pode ser um diferencial importante –tanto para o empreendedor como para os clientes–, pois o mercado pet, como o de escritórios compartilhados, parece desconhecer a crise”, avalia ela.

Estima-se que 26 % dos escritórios compartilhados no Brasil aceitam a presença de animais de estimação
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Estima-se que 26 % dos escritórios compartilhados no Brasil aceitam a presença de animais de estimação

O mercado pet vem crescendo 5% ao ano, mostrando o potencial para esse tipo de negócio. Um levantamento do IBGE mostrou que 62% das residências têm pelo menos um cachorro ou gato, e muita gente gostaria de levar seu pet para o trabalho.

No entanto, para abrir esse tipo de coworking ou para escolher trabalhar em um, é necessário ter alguns cuidados. “O empreendedor que está disposto a investir em um coworking pet friendly precisa ter um projeto adaptado a esse nicho. Por outro lado, aquele que procura um ambiente amistoso para o seu animal deve ficar atento a algumas questões para não comprometer o bem-estar do animal”, alerta Bruna.

Confira pontos que merecem atenção, segundo a especialista:

  • Projeto adequado aos pets

Em uma casa, o espaço para os pets será mais facilmente adaptado do que em um escritório comercial. “Tudo dependerá de como o projeto for desenvolvido. Há detalhes que precisam ser esclarecidos para que o espaço não seja desperdiçado, nem corra o risco de ser interditado pela vigilância sanitária”, explica Bruna.

Em São Paulo, por exemplo,  existe uma lei que proíbe a permanência de animais em estabelecimentos que manipulem, fabriquem ou preparem alimentos. “Se você quer um espaço dedicado aos animais, precisa pensar que sua cozinha deve ficar isolada do restante, por questões de higiene”, comenta.

Segundo a especialista, é mais fácil colocar tudo isso no papel antes de iniciar o projeto do que adaptar um coworking já em funcionamento. “Esse tipo de aperfeiçoamento, porém, não é impossível”, avalia ela.

  • Limpeza 

Um local por onde circulam animais precisa ser constantemente administrado, e o cuidado com a limpeza deve ser redobrado.

“É preciso ter um espaço coberto e arejado, com ponto de água para facilitar a limpeza e funcionário de limpeza dedicado a esse espaço, de preferência treinado para higienizar bem o local, evitando o mau odor.”

Além disso, é preciso estabelecer regras básicas de convivência, como, por exemplo, que cada dono se responsabilize por limpar qualquer sujeira feita por seu pet.

“Tratando-se de animais, por mais treinados que sejam, isso sempre pode acontecer. É preciso criar um regulamento e deixá-lo bem visível, para que não haja desculpas para não segui-lo. Caso um frequentador desrespeite as regras repetidamente e prejudique a boa convivência, cabe pensar em suspender o direito de levar seu pet”.

  • Barulho não pode atrapalhar trabalho

Escritórios compartilhados são, acima de tudo, locais de trabalho. Latidos constantes e outros barulhos produzidos pelos animais podem interferir negativamente em contatos por telefone ou reuniões importantes.

“Por mais que os pets sejam educados, é preciso que o espaço os mantenha a uma certa distância de certos locais, como por exemplo salas de reunião ou cabines para conferências por telefone. Desta forma, a chance de atrapalharem alguma atividade será menor”, sugere Bruna.

  • Pets devem ser sociáveis     

Nem sempre sabemos se o animal é dócil mesmo –muitas pessoas pensam que seu pet é manso, mas não é. Ele também pode ficar estressado e mudar de comportamento em um local que desconhece. Os que já são muito agitados podem, inclusive, machucar outros sem querer.

“Algumas normas usadas em outros espaços pet friendly podem ser adaptadas ao mundo do coworking. Em geral, exige-se que o petseja dócil o suficiente para conviver com outros animais e com os coworkers, e esteja com todas as vacinas em dia. Caso note-se que o animal não é sociável, deve haver uma regra estabelecendo que não poderá mais frequentar o espaço. Dessa forma, a segurança de todos fica garantida”.

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