‘Cansei de ser gato’: criadoras largaram tudo e transformaram a página em um negócio lucrativo
“Vai nessa. Eu nunca vou ter como te pagar o que você pode ganhar com essa ideia”. Essa foi a frase que a publicitária Stefany Guimarães, de 25 anos, ouviu de sua chefe quando pediu demissão para se dedicar exclusivamente ao “Cansei de ser gato”.
Ela e Amanda Nori, 26 anos, decidiram largar seus empregos para apostar no projeto que mostra o gato Chico com as mais variadas fantasias- de Darth Vader a Snoop Dog, passando por pão de forma e dinossauro. Em 1 ano 4 meses, já são mais de 280 mil likes na página do Facebook e 65 mil no Instagram.
Cansei de bater cartão
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A brincadeira que inspirou a projeto começou por acaso, quando um amigo trouxe um chifre de unicórnio de presente para Chico. “A gente brincou que ele tinha mudado de personalidade, cansou de ser gato e virou unicórnio”, conta Amanda, que é formada em administração e trabalhava na área de marketing.
Quando a página do “Cansei” foi lançada no Facebook havia apenas três fotos. Em uma semana alcançou mais de 8 mil likes e em um mês, 20 mil. Hoje, as duas já ganham quatro vezes mais do que no tempo de carteira assinada.
Paixão virou ganha pão
A dupla já se acostumou a ouvir a pergunta: “Mas como vocês ganham dinheiro com isso?”. Os publi editoriais são a principal fonte de renda, nos quais marcas como Bom Negócio e Clight pagam para aparecer ao lado do gato.
Stefany garante que, por conta do carisma de Chico, os fãs não se importam com as inserções publicitárias (sempre discretas e sinalizadas com a hashtag #publi) e por isso o garoto propaganda tem atraído a atenção de diversas empresas.
Além dos anúncios há também as receitas da venda do livro “Cansei de ser gato” e da loja virtual com produtos licenciados da marca.
A aposta para o próximo ano é reformular a loja vender algumas das fantasias mais marcantes de Chico: “Vai ter tubarão, zebra, vaca, leão, tigre e dinossauro. Percebemos que não há esse tipo de produto para gato no Brasil, então fizemos a modelagem e mandamos fazer”, conta Amanda.
Elas também vão lançar outro livro em breve: “Cansei de ser gato – do capim ao sachê”, que conta a trajetória de Chico em formato interativo. Enquanto a loja online não está funcionando, quem se interessar pelos produtos pode entrar em contato pelo email [email protected].
Profissão: louca dos gatos
As duas se conheceram em 2010 quando trabalharam em uma agência de publicidade. Em 2011 foram morar juntas e surgiu a ideia de adotar um bichano. “Eu tinha preconceito, achava que era um bicho mole, arisco… aquela coisa que só fala quem não tem gato”, diz Stefany. Ela acabou vencida pela insistência de Amanda, assumidamente “louca dos gatos”.
A primeira a ser adotada foi Madalena e logo bateu a vontade de pegar mais um para fazer companhia. A única exigência era que também fosse um “tigrinho”, em referência à pelagem rajada da gatinha.
Chico chegou pouco tempo depois todo estropiado: “Ele estava com o focinho queimado, infestado de pulgas e com a barriga cheia de verme”, conta Amanda. “Mas desde pequeno ele já era muito expressivo”. Dorminhoco e temperamental, Chico é o mais carinhoso e o mais bravo da casa e faz tudo por um sachê de ração molhada.No ano seguinte vieram outros dois filhotes, Maria Teresa e Tião.
Insubstituível
Para quem se preocupa com o desgaste da vida profissional do bichano, Amanda e Stephany garantem que o limite é sempre a disposição de Chico. “Se ele não quer, não tem foto. Simples assim. Quem tem gato sabe que eles não fazem o que não querem”, diz Amanda. Quando ele deita no chão é o sinal para interromper a sessão de fotos. “Mas ele é muito tranquilo, às vezes vai comer com fantasia e tudo”.
Confira os bastidores das fotos de Chico fantasiado de Catraca Livre.