Chamado de maluco, ele transformou lojinha em negócio de R$ 50 mi
O administrador de empresas Gustavo de Freitas vivia um momento profissional conturbado quando em 2012 resolveu encarar novos desafios. Sócio em uma empresa familiar da área industrial, ele queria algo novo.
Apaixonado por pequenos negócios, viu em uma loja de óculos no interior de São Paulo, na cidade de São José do Rio Preto, a resposta para a fome em empreender.
“Você tá maluco?” e começo de uma ideia genial
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Ao chegar em casa contou para esposa sobre a empreitada que custou inicialmente aos cofres da família cerca de R$ 100 mil e viu como resposta um verdadeiro balde de água fria. “Você está maluco?”, disse a companheira.
Cinco anos após a crítica, Gustavo comemora um faturamento de R$ 50 milhões com o Mercadão dos Óculos, que possui mais de 150 unidades espalhadas pelo Brasil e vende armações e lentes para públicos das mais distintas classes sociais.
“Ela conhecia a loja e criticou muito. Na época a base do negócio era vender produtos que muitas vezes custavam R$ 19,90, que tinham aceitação entre as classes C e D, mas que definitivamente não caíram nas graças dela. Foi um horror”, lembra.
Resolução de problemas e projetando o futuro
A resposta negativa da esposa fez Gustavo revelar apenas uma parte do acordo que havia feito com os antigos sócios da marca, que contava até então com sete lojas espalhadas pelo Estado, todas com os mesmos problemas.
Freitas havia comprado não só uma loja, mas também uma fatia sobre o direito de franquear o negócio que já começou cheio de críticas. “Confesso que não tinha a noção do tamanho de tudo que enfrentaria. A loja precisava de mais modelos de óculos, o balcão parecia o de uma cozinha e o atendimento era péssimo”, recorda o empresário, que chegou a desembolsar cerca de R$ 10 mil mensais como prejuízo e teve como única saída negociar mudanças imediatas não só na loja, mas no conceito do negócio.
Viagem a Paris e inspiração para os negócios
Para resolver o problema da linha de produtos, Gustavo convenceu o sócio e fundador da marca a viajar para Paris. Em busca de tendências e novos fornecedores para alavancar o negócio, a dupla voltou ao Brasil confiante e certa de que precisaria contar também com linhas que atendessem um público mais seleto.
“Foi difícil convencer o homem a colocar a mão no bolso, mas consegui. Era uma briga interna. Vendíamos barato, mas era preciso agregar eficiência, beleza e experiência de compra ao consumidor. Barato não significa ruim. Barato precisa ser bom e barato”, analisa o empresário, que convenceu a duras penas o novo sócio a mudar também toda a identidade visual do negócio, passando até mesmo pelos móveis da loja em São José do Rio Preto e é claro, das futuras unidades franqueadas.
Pouco a pouco, o conceito engrenou. Com uma tática agressiva nas mídias sociais, uma longa reforma e o desenvolvimento de uma nova linha de produtos, que conversava com públicos com maior poder aquisitivo, o Mercadão dos Óculos decolou [hoje vende peças que chegam a custar R$ 239,90] “O sábado que marcou o lançamento da nova coleção foi o momento no qual passei a acreditar de fato na empreitada. A loja tinha fila para entrar e faturou R$ 10 mil em pouco mais de uma tarde”, explica.