Com robô de mente humana, executiva trans é a mulher mais bem paga dos EUA

Com informações do jornal Folha de S. Paulo

27/04/2015 17:42 / Atualizado em 04/05/2020 17:14

Antes de ser a executiva mais bem paga dos Estados Unidos, ela fundou uma empresa de biotecnologia para salvar a filha doente. Revolucionou a indústria da comunicação via satélite e criou um robô com consciência própria. Antes de tudo isso, Martine nasceu Martin. E esse é só mais um detalhe da vida desta mulher que veio ao mundo para resistir.

Durante uma entrevista no TED (evento que reúne as principais novidades em tecnologia e design), a convidada contou sua trajetória de vida marcada por conquistas e reviravoltas.

Nos anos 1980, Rothblatt esteve envolvida numa série de parcerias que buscava o lançamento de satélites, colocando um fim no monopólio de telecomunicações. Ajudou, assim, a criar o primeiro serviço de localização de carros, a GeoStar.

Mas a vida deu uma reviravolta no fim dos anos 1990, quando Rothblatt passava por uma mudança de sexo, com o apoio da mulher, Bina, e a filha de cinco anos do casal era diagnosticada com hipertensão arterial pulmonar, uma doença incurável.

Martine ao lado da mulher, Bina, durante premiação em 2010
Martine ao lado da mulher, Bina, durante premiação em 2010

A executiva passou a estudar biologia do zero, até saber o suficiente para ter esperanças em achar uma cura. Assim, passou a financiar pesquisas sobre a doença e fundou a United Therapeutics. Na época, soube de uma droga experimental que estava nas mãos do laboratório Glaxo Wellcome, que havia decidido não levá-la adiante.

Robô de mente humana

Nos dias atuais, Rothblatt tem planos também para replicar a mente humana, num experimento que ganhou forma de um robô que tem o rosto de sua esposa Bina e todas as suas facetas, memórias e gostos.

Com ajuda de uma empresa de robótica, ela trabalha com um sistema de “arquivo mental”, uma coleção de memórias, maneirismos, crenças, sentimentos e tudo o que tiver direito.

Além disso, pensando nas potenciais crises éticas de tantas transformações tecnológicas, ela fundamentou a religião Terasem, uma mistura de judaísmo com entusiasmo tecnológico, cuja ideia apoia pesquisas em campos como nanotecnologia e criogenia (estudo de organismos em temperaturas muito baixas).