O paulista Adriano Bezerra de Souza sempre teve vontade de produzir algo que fosse útil para a sociedade, gerando o interesse do público e ao mesmo tempo que trouxesse algum tipo de ajuda para o meio ambiente. Adriano queria criar uma forma de aproveitamento de material descartado em festas para gerar produtos que poderiam ser utilizados pelas pessoas. No entanto, seu projeto demorou quinze anos para se concretizar.

Paulistano reinventou a utilidade de latas de metal - Yeko Photo Studio

Buscando alternativas de aproveitamento de latas de alumínio sem que passassem pelo processo de derretimento que, inclusive, é prejudicial ao meio ambiente, Adriano teve a ideia da construção de móveis a partir das tampas dos produtos. Hoje o empresário possui a Móveis Ecológicos da Amazônia, uma fábrica que envia seus produtos para todo o Brasil. Quer conhecer melhor essa história? Acompanhe estão esse post.

Adriano é daquelas pessoas que já fez de tudo na vida. Quando teve a ideia de usar latinhas para construir móveis, ele era proprietário de uma casa noturna. Era 1995 e a ideia veio no meio de uma feira de invenções. Convivendo com os rejeitos que sobravam depois das festas e assustado com a quantidade de latas de alumínio descartadas, Adriano logo quis desenvolver uma resposta para aproveitar tudo aquilo que era jogado fora.

Seu primeiro produto foi um descanso de panela para mesa com tampas de garrafa. Logo vieram outras ideias de móveis e utensílios para casa utilizando latas de alumínio. Atualmente a fábrica conta com 600 modelos diferentes, incluindo cadeiras, mesas, fruteiras, lixeiras, bancos, com valores de até R$ 1.200,00.

O empresário costuma dizer que a inovação surgiu da necessidade. Adriano catava latinhas à noite no começo da empreitada. Hoje em dia o material vem dos catadores de latinha da cidade, comprado pela fábrica por um valor acima da média da região. A fábrica mantém sua produção de forma artesanal e é dividida em três setores: o corte de latinhas e esterilização do material, a montagem dos quadrados e colunas a partir dos tamanhos padrões, e a montagem dos produtos seguindo dos modelos.

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Os móveis são batizados com o nome de atrações turísticas de Roraima, como Pedra Pintada, Ilha do Jaru e Serra Grande, com o objetivo de divulgar as riquezas naturais da região. Todo o processo de fabricação é patenteado por Adriano, que desperta interesse e arranca elogios em todas as feiras e eventos relacionados à sustentabilidade que a empresa é convidada. Porém, o empresário reclama falta de dinheiro para investir na fábrica. Hoje em dia a demanda é maior do que sua capacidade de produção.

Fábrica e encomenda de móveis

Há 18 anos os Móveis Ecológicos da Amazônia fica na cidade de Caracaí, a 141km de Boa Vista, capital de Roraima. Localizada na própria casa do empresário, a fábrica além de gerar renda na comunidade da pequena cidade, funciona ainda como processo de inclusão social. A empresa tem cerca de 10 funcionários atualmente, onde são feitas 200 peças por mês, em média. Os móveis têm saída para todo o Brasil e as encomendas podem ser feitas através do site da empresa ou da página do Facebook.

Alguns projetos podem fazer realmente a diferença em um amplo contexto, bem como o de Adriano, que além de ser ecologicamente sustentável, atua na área de inclusão social da região. Simples ideias que contribuem tanto. Queremos saber sua opinião sobre o trabalho de Adriano. O que você acha sobre projetos assim? Conhece algum na região onde mora ou mesmo tem algo em mente mas ainda não realizou? Conte pra gente!