Consumo de luxo no lifestyle japonês

Por: Catraca Livre

Mesmo que hoje a China venha atropelando toda a indústria e mercado mundial, o Japão ainda é um dos países que mais consome produtos de luxo. Só nele se atingiu estatísticas como 94% das mulheres com mais de 20 anos de Tokyo terem algum artigo da Louis Vuitton, 92% da Gucci e mais de 50% Prada e Chanel.

 

O seu poder aquisitivo e salários são maiores, porém os custos de vida são igualmente elevados… Então como as garotas novas conseguem produtos que chegam a custar US$2000 doláres?

Nada muito fora do comum (fora as histórias isoladas de prostituição), como trabalhando (uau), economizando, ganhando de alguém ou recebendo o famoso “paitrocínio”.

E tem as “parasites singles” ( solteiras parasitas) são mulheres solteiras, que vivem com os pais, umas tem trabalhos bem remunerados, outras ainda dependentes deles, mas não querem saber de casar e ter filhos. Essas são consumistas em potencial pois não tem gastos, tendo portanto dinheiro para gastar nelas mesmas. Cerca de 10% do que ganham o ano inteiro tem como destino produtos de luxo, fazendo delas as maiores consumidores do país.

As bolsas são como troféus, ao ponto de que elas terem que ser de grife, mas as roupas poderem ser de lojas locais e em conta. Os japoneses não medem esforços para consegui-las, há mais de um motivo em jogo: 

– Como no Japão comprar itens caros de marca é algo comum da classe média, mesmo que exija gastar o salário inteiro do mês e comer só noodles pelo resto dele… existe uma sensação de “obrigação” de ter o item para se sentir inserido no grupo. Ao contrário da idéia de artigos de luxo do ocidente, o mais importante é fazer parte do coletivo do que ter algo que é exclusivo (individual). Muitas das mulheres, inclusive, dizem que nem mesmo gostam da estética das bolsas que compram. O que interessa, para elas, é que passem a mensagem social desejada para os outros. 

– Qualidade. Por toda a história o povo japonês treinou seu olhar para saber diferenciar bons produtos, e desde o pós-guerra tem os importados como sinônimo de boa qualidade. Valorizam designs simples e funcionais desde que perfeitamente construídos, embalagem diferenciada e bom serviço. Ao contrário de muitos países atualmente, depois de ter tido sua confiança conquistada por uma marca, tendem a serem fiéis à ela. 

– Os modelos clássicos são um investimento a longo prazo, já que não sairão de moda tão cedo e poderão ser usados no dia-a-dia, em todos os estilos possíveis… mesmo que esses não combinem tanto.

 

Achou o consumismo deles muito exagerado? Mas será que isso é muito diferente mesmo de querer comprar Iphones todo ano, tênis da Nike e cueca da Calvin Klein?

Tokyo Brands Project também está no Facebook.