Crise leva profissionais com diploma a recorrer a “bicos”

Crise no mercado de trabalho já atinge milhões de brasileiros, que, sem saída, recorrem a ocupações como faxineiros, babás ou funções administrativas

Após perder o emprego de professora no último mês de agosto, a pedagoga Patrícia Ferreira Perote, 45, precisou se reinventar para driblar a crise no mercado de trabalho que, hoje, atinge aproximados 12 milhões de brasileiros. Saiu da sala de aula para assumir o posto de babá.

Em reportagem divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo no último domingo, 20, Patrícia resumiu sua atual condição.
“Preciso desse dinheiro da faxina, até para continuar buscando um emprego.”

Realidade compartilhada por outros milhares de brasileiros com diploma universitário, que, sem opção, recorrem a diferentes ocupações mais acessíveis.

Faxina por fora, dinheiro no bolso

Pesquisas atuais sobre o tema revelam que, entre 2014 e 2015, a profissão de faxineiro foi a sexta que mais gerou vagas com carteira assinada.

Na lista que reúne 30 ocupações que mais geraram emprego entre bacharéis no ano passado, ao menos 11 são ocupações que não exigem diploma, como por exemplo auxiliar de escritório, vendedor ou recepcionista.

Os números foram divulgados pela RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), que apresenta dados de mais de 2.500 ocupações no mercado informal.

Na visão de especialistas, a recessão tem como principal consequência o remanejamento de profissionais: ou seja, funcionários menos escolarizados são trocados por novos mais qualificados, que, sem alternativa, aceitam ganhar menos e ocupar cargos considerados mais “simples”. Confira a matéria completa no site da Folha de S. Paulo.