Entrevista com Gustavo Cerbasi: finanças, relacionamentos e o futuro do jovem universitário

Fala Universidades bateu um papo com o empresário Gustavo Cerbasi

Nem todo mundo tem a habilidade em mexer com dinheiro. Parece óbvio, mas é comum a gente se atrapalhar e não conseguir organizar nossos planos, seguindo à risca as economias, o quanto é possível gastar, e também qual é a prioridade em nossos investimentos. No cenário de um universitário, que está no início da carreira com seu precioso salário de estagiário, é importante que ele conheça, desde então, qual é o seu hábito de consumo e o quanto o seu estilo de vida precisa para se manter em boas condições. Afinal, ninguém quer deixar de lado os hobbies, os programas para o fim de semana, a viagem com os amigos, ou qualquer sonho que esteja em sua cabeça há muito tempo.

Para isso, conversamos com o escritor, consultor financeiro, professor e palestrante, Gustavo Cerbasi. Ele já escreveu mais de 15 livros, e sabe bem como ensinar qualquer pessoa a administrar bem a sua grana. Seu livro mais conhecido, chamado Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, conseguiu salvar casamentos que pareciam estar no fim, enquanto o seu mais recente lançamento, o Adeus Aposentadoria, nos dá um panorama do futuro, e como a nossa geração, a geração Y, terá uma vida estendida de trabalho. Mas calma, que isso não é tão ruim quanto parece.

Confira agora um pouco da nossa conversa:

1. Qual a sua opinião sobre a aposentadoria?

– Acredito que a maioria das pessoas seguem um modelo em relação a aposentadoria: elas se esforçam para fazer a poupança, que é basicamente cortar gastos e guardar dinheiro, sem ter a certeza de que essa economia trará felicidade e novas realizações. Às vezes, esse estilo de vida acaba retirando da pessoa a sua própria vivência, para que num futuro distante, ela apenas acumule dinheiro, sem acumular novas experiências. Outro erro, é pensar em parar de trabalhar. As pessoas devem acreditar que irão trabalhar para sempre, sem pensar em parar por não aguentar durante tanto tempo, até porque o seu trabalho deve ser prazeroso, deve ser feito por vontade e não por obrigação. No começo, é óbvio que será uma fase mais complicada, por ser o momento de aprender, de mostrar seu valor e interesse pela área, mas depois, com esforço e acúmulo de experiência, tudo pode melhorar.

02. Então, qual é o segredo?

– Se você for trabalhar por mais tempo, você precisa ter mais qualidade de vida, tem que aproveitar bem o seu presente, e isso envolve gastos. Portanto, é bom tomar cuidado para não adotar um estilo de vida muito caro, em vastos investimentos com um carro, por exemplo, ao invés de gastar com lazer e cultura, que representam reais experiências de vida, e faz com que você se torne uma pessoa rica em termos de conhecimento, e motivada para estudar, trabalhar e alcançar seus objetivos.

03. Para não cair num ciclo vicioso, qual a melhor sugestão para o jovem universitário que já começa o curso com um financiamento?

– Eu diria que o financiamento não é totalmente ruim, até mesmo por conta do FIES ou qualquer tipo de bolsa parcial, que não representam um problema. Se eu uso o crédito para financiar o conhecimento, a educação, ou até para comprar qualquer ferramenta que irá me qualificar para o meu aprendizado, como um notebook, eu estarei investindo em algo que vai, consequentemente, viabilizar uma renda que antes não seria viável, ou seja, eu não seria capaz de me estabelecer financeiramente sem essa espécie de “dívida positiva”. Sempre que formos pegar dinheiro emprestado, devemos nos perguntar o quanto estaremos ganhando com aquilo.

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