Hospedagem colaborativa é opção para fugir de hotel

Após experiências próprias, brasileiro cria site mirando Copa e Olimpíadas

Está com um quarto vago e o bolso vazio? Vai viajar e precisa de uma opção barata de hospedagem? A solução pode ser o Fica lá em Casa, o primeiro site brasileiro de hospedagem colaborativa.

O criador do portal, Leandro Pinheiro, tem experiência na área. Mochileiro de longa data, em uma de suas viagens se hospedou com a namorada na casa de uma desconhecida em Paris, na França. “Só tive surpresas boas. Ela [a proprietária] viajou para passar o natal com a avó, na Itália, e deixou a chave com a gente, na maior confiança. Depois, quando voltou, nos demos super bem, ficamos até tarde bebendo e conversando”, conta o professor universitário.

O ponto decisivo para a criação do site foi a proximidade da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. “A gente tem hoje um problema por falta de vagas em hotel. Basta ver que cada vez que São Paulo recebe dois eventos simultâneos, os quartos se esgotam”, explica. Às vezes confundido com Couch Surfing, o “Fica”, como diz o dono, é diferente: “No Couch Surfing não tem transação financeira. A gente trabalha com estadias pagas”.

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Site entrou em funcionamento em junho e já tem 2 mil inscritos
Site entrou em funcionamento em junho e já tem 2 mil inscritos

A meta, diz Pinheiro, não é só ganhar dinheiro ou economizar: “O objetivo do Fica é a troca de experiências, o contato com uma nova cultura – tanto de quem viaja como de quem recebe alguém de outro lugar”. Pouco mais da metade dos imóveis anunciados até agora, no entanto, são de apartamentos ou casas vazias. Ao todo, 2 mil pessoas estão cadastradas no Fica Lá em Casa, há três meses em funcionamento. As vagas oferecidas estão espalhadas por vários estados do país. A cidade com mais imóveis cadastrados é o Rio de Janeiro.

Comum no exterior, a prática proposta pelo Fica lá em Casa é ainda pouco usual no Brasil. Segundo o criador do site, a reação até agora tem sido positiva: “O brasileiro tem a questão da desconfiança, mas as pessoas têm se relacionado de forma legal. Muita gente já teve experiência no exterior ou conhece alguém que passou por isso. É um pessoal com a mente aberta. Quem é mais tradicional acaba ficando mais receoso”.

Para afastar o medo da hospedagem colaborativa, o site garante a confirmação dos dados dos imóveis disponíveis e dos envolvidos.  Quem oferece a estadia tem a opção de escolher os visitantes. “O anfitrião é que vai dizer se aceita o hóspede. Se ele nao sentir uma vibe legal, nao curtir o perfil, pode não aceitar”, explica. O próximo objetivo do site é oferecer trocas de imóvel gratuitas: dois membros de cidades diferentes que vão viajar um para a cidade do outro “trocam” de casa durante o período da viagem.