Imigrantes ganham capacitação para atuar na cozinha brasileira
Em parceria com o UberEATS, Raízes na Cozinha capacitará 21 imigrantes (na maioria refugiados) a vender comida online, até o fim deste ano
“Raízes na Cozinha” dá nome ao projeto idealizado pela ONG Migraflix, que que vai capacitar 21 imigrantes com talento culinário para abrir os próprios “restaurantes virtuais” e, assim, se manter no Brasil sem deixar de fazer aquilo de que mais gostam: cozinhar.
Um desses participantes é a venezuelana Yilmari de Perdono, 35, que trabalhava ao lado da família vendendo tortas salgadas e bolos para festas, mas se viu forçada a deixar o seu país em direção ao Brasil, um ano e meio atrás, depois de ter virado alvo de uma milícia e sofrido extorsão. “Penso sempre na Venezuela, nos familiares e na vida que tive de deixar pra trás. Quero me estabilizar no Brasil para ter condições de trazer minha mãe pra cá”, conta Yilmari.
O projeto, batizado de Raízes na Cozinha, teve início em agosto e, ao longo de 15 semanas, vai oferecer a esses imigrantes aulas de técnicas de gastronomia, administração e marketing digital, entre outros assuntos. Os colaboradores, além do UberEATS, são o Buzina Food Truck, o Consulado da Mulher, o Facebook e a Escola de Gastronomia Wilma Kovesi.
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“Cada módulo do projeto está a cargo de uma pessoa ou empresa parceira da Migraflix que é líder naquele tópico. Os imigrantes vão ter a chance de aprender com os melhores, solucionando justamente um dos maiores entraves para aqueles que querem abrir um negócio no Brasil, que é a falta de uma rede de apoio, de networking”, diz Jonathan Berezovsky, diretor da Migraflix.
Dos selecionados para participar do projeto, 12 são refugiados.
“O mais bonito aspecto do Raízes na Cozinha”, disse Maria Beatriz Nogueira, chefe do escritório de São Paulo do ACNUR (agência da ONU para refugiados), “é que ele vai mostrar a ponte que existe entre o Brasil e os países de que essas pessoas vieram. Vai mostrar o que ganhamos, todos nós, quando acolhemos diferentes nacionalidades e quando nos dispomos a aprender com a elas, a ouvir, a experimentar o que elas têm de melhor”.
“Quando eu cozinho, me dá saudade de casa”, conta outra participante do projeto, a congolesa Evodie Wepu, 22, que estudou gastronomia em seu país de origem. Ela chegou ao Brasil há quase dois anos para se encontrar com o marido e, desde então, não conseguiu nenhum emprego. “A primeira coisa que penso é em melhorar de vida e ajudar a minha família, porque a situação na [República Democrática do] Congo está muito difícil.” Evodie diz estar “empolgada para aprender mais, inclusive sobre o paladar dos brasileiros”.
Parceria com o UberEats
Em novembro, todos os participantes do Raízes na Cozinha vão apresentar um plano de negócios a uma banca de jurados, e vão poder abrir um “restaurante virtual” no UberEATS, sob condições especiais, podendo começar a atender o público em geral já na semana seguinte. No UberEATS, os fornecedores só precisam se preocupar com a comida: a plataforma os conecta, de forma simplificada, aos clientes e aos entregadores.
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