Marca de roupas usa empreendedores sociais como modelos
Levar educação e saúde a comunidades ribeirinhas, criar acessibilidade no esporte para portadores de deficiência física, usar a música para gerar oportunidades na vida de quem tem poucas chances. São ideias como essas que merecem apoio. E essa é a meta do projeto “Rebeldes Com Causa”, que busca incentivar o empreendedorismo social e ajudar os jovens que fazem a diferença no mundo.
São onze projetos de impacto social que foram escolhidos pela Reserva, marca de roupas criadora da iniciativa. A intenção é divulgar os projetos e apoiar seus criadores. Para isso, a marca usará novos “modelos” em suas vitrines. As roupas da nova linha serão exibidas pelos jovens responsáveis por essas histórias.
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Além disso, a Reserva pretende apoiá-los lançando uma websérie voltada ao empreendedorismo social, tendo os líderes dos onze projetos escolhidos em 2014 como protagonistas.
Rebeldes renovados
O mais legal é que, a cada dois anos, novos “rebeldes” serão escolhidos pela marca. Os atuais são pessoas que estão à frente de projetos sociais, entidades, instituições ou ONGs e foram escolhidos pelos critérios de dedicação à causa, potencial de transformação, preocupação social e humana, idoneidade, seriedade e ética.
Confira aqui quem são:
Luiz Henrique Madaleno, Bruno Tataren, João Padula, Daniel Assunção e André Cervi do Atados – Plataforma social que conecta pessoas e ONGs, facilitando o engajamento no trabalho voluntário. Uma espécie de Facebook do voluntariado, que surgiu da ideia de cinco amigos, estudantes de administração da USP, e já tem 20 mil pessoas cadastradas e mais de 200 ONGs. A Reserva criará uma linha de produtos para as ONGs com 100% do lucro revertido para elas.
Eduardo Lyra, do Gerando Falcões – Eduardo nasceu em uma favela de Guarulhos, em SP, e vendeu tudo o que tinha para viajar, fazer entrevistas e publicar o livro Jovens Falcões, que teve cinco mil exemplares vendidos de porta em porta com renda dividida pela comunidade. Hoje atua em escolas públicas para mostrar aos jovens que todos podem, assim como ele, ser falcões. Foi considerado pela revista Forbes um dos 30 jovens mais influentes do Brasil. A Reserva criará uma linha de produtos e fará um microfinanciamento para que jovens de comunidades indicadas pelo Gerando Falcões possam vender e ter uma alternativa de renda.
Mark Johnson e Raan Williams, do Playing for Change – O produtor musical norte-americano Mark Johnson e o empresário Raan Williams criaram um movimento social, multimídia e global, cujo objetivo é inspirar, conectar pessoas e levar paz através da música aos locais mais remotos, violentos e miseráveis do mundo. São produzidas canções e vídeos com estrelas da música ao lado de artistas de rua de diversos países. Os recursos arrecadados com a venda desse material pelo site da ONG são destinados à construção de escolas de música em comunidades de Gana, Mali, Ruanda, Nepal, Tailândia e Africa do Sul. O Brasil será o próximo beneficiado, em 2015. Os projetos também cuidam do fornecimento de comida, medicamentos, roupas e material escolar. Na parceria de longo prazo com a Reserva estão contempladas ações de fundraising, além da disseminação da marca Playing for Change no Brasil – entre os principais objetivos estão a construção de uma escola de música P4C e da produção do primeiro videoclipe do grupo no país.
Dudu Lima Filho, do Projeto Reservalores – O biólogo e mergulhador carioca é fundador da ONG dos guardiões da Mata Atlântica, formada por universitários do curso de ciências biológicas, que trabalham pela limpeza progressiva do mar, das areias e do entorno dos quiosques na reserva ecológica Marapendi, no Rio. A Reserva criará uma sinalização educativa que vai ajudar a preservar o ecossistema da região.
Henrique Saraiva, do Adapt Surf – Em 1997, Saraiva perdeu os movimentos da cintura para baixo ao ser baleado em um assalto. Alguns anos depois, com incentivo de um amigo, começou a surfar com uma prancha de kneeboard, e não parou mais. Em 2007, criou uma associação que promove a inclusão e integração social de pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida através do surf. O carioca luta para promover o surfe adaptado e por melhorias na acessibilidade às praias do Rio. A Reserva arrecadará dinheiro para ajudar a associação a comprar um carro para suas atividades.
Francisco Wagner Gomes de Souza, da Adel – Economista e idealizador da organização focada no desenvolvimento econômico e social de comunidades rurais do Nordeste. Jovens que saíram de suas comunidades para cursar faculdade voltaram com a missão de capacitar alunos para o empreendedorismo social, invertendo a lógica da emigração rural. A Reserva se comprometeu a, em até cinco anos, passar a comprar 10% do algodão usados pela marca em produtores certificados pela Adel.
Eliane Silveira, do Instituto Mensageiros – Responsável pela organização que atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade pessoal e social, através de ações que priorizam a garantia de seus direitos e colaboram para a sua formação. Um dos projetos, o SOS Bombeiros, que previa reforço escolar, esportivo e artístico, foi cancelado recentemente pelo governo do Estado de SP depois de quase 14 anos de atividades. A Reserva doou três mil peças de roupas, com valor estimado de venda de R$ 80 mil, para reversão de verba.
Tony Marlon, da Escola de Notícias – Jornalista, Marlon criou há dois anos a escola de comunicação autossustentável no bairro de Campo Limpo, uma das regiões mais populosas de SP e conhecida por seus altos índices de violência. A ONG forma alunos das redes pública e particular para trabalharem com vídeo, rádio, fotografia e assessoria de imprensa. A Reserva se comprometeu a ter uma campanha de uma das marcas do grupo criada e produzida pela Escola de Notícias.
Natasha Gabriel, Mariana Gauche Motta, Rodrigo Rubido do Guerreiros sem Armas – Os arquitetos santistas criaram um dos principais programas do Instituto Elos – uma ONG fundada há mais de dez anos que auxilia comunidades na construção de espaços com mais qualidade de vida. O Guerreiros sem Armas forma empreendedores sociais, em escala internacional, que ajudam a desenvolver projetos comunitários em suas regiões. A ONG montará um grupo de trabalho com funcionários da Reserva para um projeto que resolverá questões de infraestrutura social dentro da Barreira do Vasco, comunidade vizinha à sede da marca.
Luti Guedes, do Lute sem fronteiras – Aos 16 anos, participou de uma excursão de sua escola, da Zona Sul do Rio de Janeiro, à Ilha de Marajó, no Pará, onde visitou comunidades ribeirinhas. Inconformado com a situação das pessoas que viviam na região, sem condições básicas, como saúde e educação, desenvolveu projetos de saúde, criou um microcrédito, construiu uma biblioteca e uma escola. Hoje, com 21 anos, é embaixador da ONU para a educação no Brasil. A Reserva criará uma linha de produtos com lucro revertido para viabilizar a manutenção do projeto nas comunidades ribeirinhas da Ilha de Marajó.
Michele Moloney-Kitts, do Together for girls – Em parceria com governos, sociedade civil e iniciativa privada, Michele criou a ONG Together For Girls, que trabalha por um mundo sem abuso sexual na infância. A instituição, sediada em Washington, apoia pesquisas e coletas de dados para documentar e informar governantes e sociedade sobre o impacto da violência infantil, principalmente a sexual contra meninas. Com a parceria do governo norte americano, Clinton Foundation, Unicef e UN Women, realiza ações em países que necessitam de reforma política e legal para melhorar o atendimento às menores vítimas de abuso, além de trazer o tema tabu para a opinião pública, buscando soluções. Hoje, está em países da África (Quênia, Maláui, Nigéria, Suazilândia, Tanzânia e Zimbábue), Ásia (Camboja e Indonésia) e Haiti. A Reserva dará suporte a ONG na criação de uma rede de relacionamentos e na divulgação de suas causas e projetos no país.