Marmiteiros indianos são objeto de estudo em Harvard

Por Ricardo Leite/ Zocprint

Entregar diária e pontualmente 200.000 marmitas – com um erro a cada seis milhões – numa cidade de quase 20 milhões de habitantes, usando apenas bicicletas, carroças e transporte público. Impossível? Pois é justamente o que fazem os Dabbawalas (homens que carregam caixas) de Mumbai, metrópole Indiana. A cooperativa de aproximadamente cinco mil membros coleta as marmitas pela manhã e as entrega ao cliente por volta de 12h30. Às 14h, as marmitas – agora vazias – são novamente coletadas e levadas de volta às suas respectivas origens.

Tudo começou em 1890, quando um banqueiro Indiano, que trabalhava muito longe de casa, contratou um homem para pegar a marmita com seu almoço em casa e deixá-la no escritório na hora do almoço.

Tudo começou em 1890, quando um banqueiro Indiano, que trabalhava muito longe de casa, contratou um homem para pegar a marmita com seu almoço em casa e deixá-la no escritório na hora do almoço. Outras pessoas tiveram a mesma ideia, o que fez Mahadev Haji Bache perceber a oportunidade de negócio e fundar o que hoje são os Dabbawalas.

A precisão do serviço dos Dabbawalas originou incontáveis documentários e casos de estudo, inclusive de Harvard. Os acadêmicos concluíram que o segredo dos marmiteiros de Mumbai é a gestão de pessoas, ou seja, como contratam, desenvolvem e premiam a todos. O processo de admissão dos marmiteiros deixa clara essa competência: os candidatos ficam seis meses em período de experiência, ganhando metade do que todos ganham. Após esse período, o aspirante precisa investir cerca de 10 salários na empresa para se tornar um Dabbawala. O salário? Entre R$ 80 e R$ 160 por mês.