O empreendedor brasileiro ‘pensa pequeno’?

Inovação é a palavra do momento, mas poucos empreendedores são realmente disruptivos. O motivo para isso pode estar no comércio internacional brasileiro.

 
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Há atualmente no Brasil um determinado posicionamento que frequentemente se manifesta no seguinte conjunto de afirmações: o empreendedor brasileiro “pensa pequeno” e isso prejudica a inovação no país; o empresariado brasileiro não investe em inovação, e isto contribui para o nosso atraso econômico relativo; não existem recursos para a inovação; é difícil inovar no país, e por aí vai.  Até que ponto essas afirmações têm fundamento?

O argumento que queremos defender neste artigo é de que essas afirmações são sintomas de um país que tem uma economia ainda muito fechada ao comércio exterior. Ou seja, nossa relação do fluxo do comércio (exportações mais importações) em relação ao PIB – Produto Interno Bruto – (o denominado coeficiente de comércio) tem permanecido numa média de 22% ao longo dos últimos anos, que é muito baixo quando se compara com as taxas de alguns países, como: China (53,1%), Índia (48,1%), Rússia (51,4%), África do Sul (56,4%), Chile (69,4%), entre outros.

Num país voltado principalmente para sua economia doméstica, com significativas barreiras ao comércio internacional e poucos incentivos efetivos à inovação, é natural se observar uma postura acomodatícia por parte dos empreendedores e empresários.  E tudo isso tem a ver com o entendimento do real sentido do ato de inovar.

Inovação não é um ato voluntarista como geralmente se pensa. Inovação é um processo de resposta a incentivos, principalmente econômicos. No passado se acreditava que a inovação devia declinar com a competição, à medida que mais competição reduzia as rendas de monopólio que premiavam os inovadores de sucesso. Hoje se percebe que os incentivos à inovação dependem não somente das inovações a posteriori per se, mas muito mais das diferenças entre as rendas pós e pré-inovações. Logo, a competição pode estimular inovações e crescimento econômico, já que pode reduzir as rendas pré-inovações das empresas bem mais do que reduzir suas rendas pós-inovação. Em outras palavras, a competição pode aumentar os lucros incrementais de inovar, e, portanto, encorajar investimento voltado a “escapar da competição”.

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