Por que pessoas de 30 e poucos anos odeiam seu trabalho?

10/02/2016 08:26 / Atualizado em 07/05/2020 02:12

Trinta e seis, se você acreditar nos resultados de uma pesquisa recente, é a idade em que você desiste da sua carreira. Você passou a faixa dos 20 tentando arrumar sua vida o suficiente para conseguir um emprego, aí você se vê com 30 e poucos quando é tarde demais para pensar se era isso mesmo que você queria fazer. O pêndulo da vida balança. Planilhas durante o dia, séries e mais séries à noite. Grey’s Anatomy. Catálogos de Tupperware. Este tipo de coisa.

A pesquisa conduzida pela empresa britânica de contabilidade AAT (The Association of Accounting Technicians) descobriu que pessoas se sentem “presas” em suas carreiras quando atingem a metade dos 30 anos. 31% por cento dos entrevistados disseram pensar em mudar de carreira pelo menos duas vezes por mês, mas a principal barreira para fazer isso é o alto custo de outro treinamento/faculdade/congêneres.

Com esses dados aterradores, falamos com seis pessoas de 30 e poucos anos sobre como o trabalho se encaixa na vida delas agora.

 
 

Habib, 34 anos, segurança de clube noturno

“Meu trabalho não é nada com o que eu sonhava. Achei que acabaria fazendo algo mais interessante e glamouroso que isso. Eu trabalhava como agente de apostadores e gostava mais desse trabalho, mas trabalhar na porta de clubes era melhor para mim e para minha esposa. Estamos separados agora, mas temos duas filhas pequenas e se eu trabalho à noite e ela durante o dia, tem sempre alguém para cuidar das crianças.

“Não estudei muito na escola e nunca achei que teria o tipo de trabalho onde você precisa usar uma camisa engomada. Trabalhar na porta das baladas pode ser difícil – você nunca se acostuma realmente com dormir durante o dia. Mas não reclamo disso com meus amigos. Os caras com quem trabalho são confiáveis e nós sempre nos divertimos. Vejo muitos comportamentos escrotos nos clubes em que trabalho, então sempre tenho boas histórias, o que é o suficiente para mim agora”.

Abigail, 34, jornalista freelance e mãe de um bebê

“A fase em que fui mais ambiciosa foi no final dos 20 anos. Aí, por volta dos 30, decidi que isso era bobagem, por isso virei freela. Para mim e muitos dos meus amigos, os 30 são uma questão de formar uma família e criar raízes. No momento, só quero que meu trabalho seja mais fácil e bem pago, o que, quando você faz a mesma coisa há quase 15 anos, é o que aparece, ou você provavelmente não é muito bom no que faz.

Acho que quando você ganha uma certa renda, é muito difícil mudar de carreira. Acho que a exceção são pessoas que fazem algo por conta própria ou abrem o próprio negócio. Essa é a idade em que você pensa: ‘Ah, quero começar um site/um selo musical/uma loja de cupcakes’, mas poucas pessoas realmente podem fazer isso. Acho que se você tiver um parceiro que realmente possa te apoiar, aí sim. Tipo um banqueiro que pode financiar a carreira em design de interiores da esposa… Mas isso é algo raro e fora de moda hoje em dia”. (Continue lendo aqui )