Alunas desenvolvem game para combater o desperdício de água
Quantas garotas você conhece que gostam de jogar videogame? E você sabe quantos jogos que estão no mercado foram criados por mulheres? Embora o público gamer feminino tenha crescido significativamente nos últimos anos (e hoje elas já correspondem a quase metade desse público), pesquisas indicam que a quantidade de mulheres criando e desenvolvendo jogos no Brasil não chega a 15%. Desafiar esse cenário tão desigual não é uma tarefa fácil, mas quatro alunas de Recife estão provando que não só é possível, como também é essencial para aumentar a representatividade feminina no mundo dos games.
Atentas à questão da falta de água no país – tema recorrente no noticiário nacional – as alunas Jacqueline Alves, Jaqueline Rodrigues, Leonor Victoria e Gabrielle Lopes, do 3° ano da Escola Técnica Estadual Cícero Dias, em Recife (PE), criaram um jogo mobile, batizado de “The Last Drop” (A Ultima Gota, em português), para dispositivos Android, com o objetivo de ensinar as crianças sobre o uso consciente da água de forma divertida.
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Uma pesquisa indicou às jovens a pertinência de adotar um processo lúdico para abordar esse tipo de questão com as crianças. Mas como se adequar a linguagem? Para resolver essa questão, conversaram com pedagogos e criaram um protótipo, que foi testado com os pequenos. “Analisamos tudo que as crianças observaram e acabamos retirando algumas coisas e acrescentando outras para melhoria do jogo”, lembra Gabrielle.
Depois de publicar o jogo no Google Play, as meninas decidiram submetê-lo também a um evento internacional sobre a inclusão de meninas na área de tecnologia, o Technovation Challenge, em São Francisco, na Califórnia. Elas ficaram entre as cinco equipes finalistas de todo o mundo e foram para os Estados Unidos apresentar a ideia. Desde então, estão colhendo os frutos da exposição: também ficaram em 3º lugar no Concurso Cultural Água: Juntos Vamos Preservar, da COMPESA (Companhia Pernambucana de Saneamento); participaram do evento “Elas nas Exatas”, em São Paulo, no qual debateram sobre a inclusão de mulheres na área de exatas e participaram da filmagem do documentário “Code Girl”, que fala sobre meninas na tecnologia – além de ter ficado entre os finalistas do Desafio Criativos da Escola. Tanto reconhecimento é comemorado pelas alunas: “Tivemos um resultado satisfatório em relação ao número de downloads do aplicativo, e vários comentários positivos sobre nossa iniciativa”.
A repercussão incentivou para que continuassem na área que sempre desejaram estar. “As pessoas ficam bastante impressionadas por termos alcançado tantas conquistas, mesmo sendo tão novas”, conta Jacqueline A. Devido ao grande sucesso do aplicativo, as jovens pretendem continuar com projetos de incentivo à economia de água. “Pensamos em criar um site voltado a acompanhar os resultados da economia dos usuários do jogo e premiar os que mais economizaram”, explica Leonor.
Para quem deseja ingressar nesta área, Jacqueline A. dá as dicas: “Primeiramente, é preciso estudar bastante, tanto para fazer um jogo em si, quanto sobre o tema escolhido. Para que o projeto seja bem desenvolvido, é preciso que a equipe saiba muito sobre o que estão querendo transmitir”, explica a jovem.
Toda a experiência adquirida durante o processo de desenvolvimento do jogo marcou não só a trajetória pessoal das alunas, como também contribuiu para aumentar a participação de garotas na criação de games – mostrando para a sociedade que esse espaço também é delas. “Acreditamos que nosso projeto contribui com a questão do uso consciente da água, além de termos também colaborado no sentido de motivar outras garotas a ingressar na área de tecnologia”, finalizam.
Entenda como funciona o jogo
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