Após decisão do Cremerj, maternidade pública no Rio proíbe doulas em partos

24/03/2016 15:10 / Atualizado em 07/05/2020 02:43

Doula Cíntia, de Salvador, Bahia.[/img]

Há duas iniciativas distintas coletando assinaturas e apoio contra a medida.  As manifestantes do Movimento meu corpo minhas regras nossas escolhas lançaram o  abaixo-assinado ‘Pela entrada das doulas nas maternidades do Rio de Janeiro‘; e o ‘Libere que gestantes tenham o apoio de doulas nas maternidades‘, que conta com mais de 6 mil assinaturas, da professora Morgana Eneile.

A resolução traz consequências severas para hospitais e profissionais médicos que não cumprirem, como a cassação de seus registros de médico. “O que a gente quer é proteger a população. Doula não é uma profissão reconhecida, e por isso, se ela for como acompanhante ou se for uma enfermeira ou fisioterapeuta que atue como doula tudo bem, mas não estimulamos que essa pessoa esteja nesse espaço interferindo no parto sem saber seu nível de experiência. A grávida escolhe quem ela quiser, mas o diretor técnico do hospital tem que ser responsável por isso” explicou ao jornal O Globo Vera Fonseca, responsável pela Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do Cremerj.

Na contramão da declaração acima, a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Ministério da Saúde reconhecem que a presença da doula traz ganhos significativos à gestante e ao recém-nascido. Além disso, estudos revelam que o acompanhamento destas profissionais pode baixar em até 50% o número de cesarianas, pois o trabalho de parto fica mais tranquilo e rápido, diminuindo em até 60% a aplicação de anestesia. Diversas cidades do país, Santos, por exemplo, já aprovaram leis garantindo a presença de doulas durante o trabalho de parto.

Com informações do jornal O Globo .