Bebês também podem ser leitores
Quando chega um bebê na família, todos de veem cheios de expectativas para receber no novo membro. O quarto e o enxoval viram o centro das atenções. Mas, e os livros que lugar ocupa nesse planejamento? “Que canções iremos cantar-lhes? Com que parlendas brincaremos com eles? Que histórias povoarão os seus sonhos? Que poemas os farão apreciar a sonoridade das palavras?”, questiona Denise Guilherme, do A Taba.
Os primeiros livros dos bebês são o corpo, o rosto e a voz de seus pais. Os gestos, a intencionalidade da ação e a musicalidade da língua com a qual seus familiares comunicam suas atividades diárias e as canções que aprenderam na infância, são as “palavras” que serão lidas, desde cedo, pelos pequenos.
Confira o que diz a especialista Denise Guilherme sobre o assunto:
“Receber uma nova vida também trata-se disso: regá-la com a ternura e o carinho que há na linguagem escrita e falada para que possa chegar ao nosso mundo com segurança e alegria.
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Além do leite materno e preciso nutrir nossas crianças com palavras! E, assim como nos preocupamos em oferecer-lhes os melhores alimentos para que cresçam fortes e saudáveis, é importante que estejamos atentos também às obras lhes apresentam o mundo das palavras escritas. Daí a importância de sermos, de fato, presentes quando estamos juntos, de falarmos e cantarmos enquanto os tocamos e os acariciamos. Estas são as primeiras formas de aproximação das crianças com a leitura. Se juntarmos a isso o pretexto de ficarmos juntos para lermos bons livros, certamente, não estaremos formando apenas leitores, mas seres humanos melhores” .
Confira uma seleção de livros testados e aprovados por pais e bebês ouvidos pela equipe da Taba.
O livro Bruxa, bruxa venha à minha festa (Brinque-Book), de Arden Druce, tornou a autora conhecida no Brasil por ser adorado por leitores de todas as idades. Com uma longa experiência como bibliotecária para crianças, Arden criou essa história interativa e cíclica (o final nos remete ao começo novamente), que favorece a memorização e o reconto por leitores iniciantes. O texto repete um convite a vários personagens assustadores para uma festa, e é nas ilustrações que o leitor pode dar asas à sua imaginação. Pat Ludlow conseguiu expressar nas imagens, que ocupam toda a página e são ricas em detalhes, personagens monstruosos do mundo das histórias que, surpreendentemente, encantam as crianças pequenas.
Quem tem um bebê pequeno com certeza já repetiu inúmeras vezes a frase que dá nome a esse livro. Seja para acalmar a pequena criança diante da surpresa do mundo, seja para acalentar os pais também assustados com a chegada de uma nova vida.
Brincando com as rimas e com diferentes personagens fantásticos e objetos que fazem parte do universo das crianças, a autora cria um divertido jogo de repetição no qual os pequenos irão embarcar facilmente pedindo “de novo!”.
Guido Van Genechten faz uma deliciosa brincadeira de descoberta nessa coleção dedicada aos pequenos. Por meio de um delicioso jogo de imagens, os leitores são desafiados a descobrir qual é o animal apresentado em cada uma das páginas.
Ao desdobrar a cartolina, o animal da capa vai se transformando em quatro outros muito diferentes. O último tem 70 centímetros. Por ter um formato divertido e apresentar imagens intrigantes e atraentes, a obra pode tornar-se um divertido brinquedo nas mãos daqueles que estão começando a descobrir o mundo.
Do mesmo autor, a coleção ainda tem os livros É um gato?, É um ratinho? e É um caracol?(Ed.Global).
Buscar um elefante, um papagaio e uma cobra dentro de uma floresta que diminui progressivamente é a brincadeira proposta nesse livro.
Entre desenhos de árvores com diferentes formas e texturas, que remetem a folhas e animais, o leitor encontra dois desafios: localizar os bichos que se escondem nas páginas e refletir sobre o impacto da presença humana no meio ambiente.
De maneira simples e divertida, o autor apresenta os dilemas do crescimento desgovernado das cidades, levando-nos a responder a difícil pergunta: para onde irão seres humanos, as plantas e os animais quando o cinza e o vazio tomarem conta de toda a nossa história?
Para quem tem filhos pequenos, a hora de dormir é uma grande aventura que envolve doses generosas de criatividade e paciência. Muitas vezes, as crianças relutam em se entregar ao sono, inventando mil motivos para manter a presença dos pais e prolongar o tempo acordados.
É esse o mote do livro Mas papai…: um pai cansado tenta colocar seus dois macaquinhos para dormir, sendo interrompido a todo momento pelos pedidos dos pequenos, até que…