Cadeira da reflexão usa frases machistas para ‘educar’ crianças

12/01/2017 15:16

O castigo é sempre um tema delicado para as famílias, e muitas vezes os conhecidos ‘métodos milagrosos’ para educar e disciplinar podem estar cumprindo a exata função oposta. Nesse sentido, uma “Time out Chair” (ou “Cadeira da reflexão”, em tradução livre) despertou recentemente uma grande polêmica.

A “Time out Chair” é uma cadeira criada para que a criança se sente para pensar em silêncio sobre algum comportamento seu. Há controvérsias em relação à eficácia e benefícios desse método, contudo, a polêmica nesse caso girou em torno de outro aspecto da cadeira: o conteúdo das frases escritas no móvel, com duas versões diferentes: uma especificamente para meninos, e outra para meninas.

Frases na cadeira reforçam com as crianças valores de uma cultura machista.
Frases na cadeira reforçam com as crianças valores de uma cultura machista. - Picasa

Em tradução livre para o português as frases na cadeira dizem:

“As meninas são feitas de açúcar e especiarias
(Ou assim eles dizem)
Mas você está um pouco picante demais hoje!
Ser feia e não ouvir não são atitudes legais,
Talvez, da próxima vez, você pense duas vezes
Pois uma menina que faz escândalo, é uma menina que precisará se sentar na cadeira!”

A versão do produto para meninos também trazia frases machistas, criticadas da mesma forma:

Uma cadeira ‘para meninos’, ao lado do modelo ‘para meninas’.
Uma cadeira ‘para meninos’, ao lado do modelo ‘para meninas’.

Em tradução livre para o português as frases na cadeira ‘para meninos’ dizem:

“Meninos serão meninos
(ou assim eles dizem)
Mas estou criando meus meninos para serem homens um dia.
Gritar não é bom e chutar dói
Ninguém gosta de cair com a cara no chão.
Meninos que lutam, chutam e gritam
Serão meninos que se sentam na cadeira!”

Entre as críticas feitas às mensagens das frases está o fato de, de alguma maneira, associarem a beleza a um ideal de menina, e reforçarem a ideia de fragilidade e doçura como características “de menina”. No caso dos meninos, questiona-se a ideia, muitas vezes engessada e mergulhada em preconceitos e estereótipos, de que meninos precisam se tornar “homens”.

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Com informações de Babyology.