Campanha reivindica aumento de segurança nos parquinhos infantis
Permitir que as crianças brinquem livremente e interajam umas com as outras são hábitos muito saudáveis e que trazem diversos benefícios para o desenvolvimento infantil. Um dos melhores lugares onde meninos e meninas podem desfrutar dessa interação social e contato com a natureza são os parquinhos. Entretanto, é importante que os adultos fiquem sempre atentos às crianças e à estrutura desses lugares para evitar acidentes.
Com a intenção de garantir a segurança das crianças em seus momentos de lazer, interação e desenvolvimento nos parquinhos, a Criança Segura e o Papo de Mãe – com apoio da Proteste e do Comitê de Parquinhos da ABNT – estão lançando a campanha “Quero meu parquinho seguro”. O objetivo da ação é dar visibilidade a norma da ABNT, para que ela passe a ser usada como referência na construção dos brinquedos, planejamento dos espaços e manutenção de parquinhos; informar a sociedade em geral sobre como fiscalizar se a condição estrutural desses locais está boa; e dar dicas sobre medidas que podem ser adotadas para prevenir acidentes com crianças nesses espaços. Para isso, os criadores da ação pretendem mobilizar a sociedade em favor do tema.
- #OccupyPlayground: crianças do Quênia protestam contra privatização de parquinho escolar
- Mãe de menina com deficiência idealiza projeto de inclusão em parquinhos
Participar da campanha é muito simples e todos podem colaborar. Basta que pais, familiares, professores e responsáveis pelas crianças publiquem uma foto ou vídeo de algum parquinho que apresente risco para as crianças ou o relato de algum acidente que tenha acontecido nesses lugares no Instagram, Facebook ou Twitter com a hashtag #queromeuparquinhoseguro.
- Outubro no Sesc Santo André: atividades para todas as idades divertem o mês das crianças
- Dicas para trabalhar a paciência e controlar a ansiedade dos filhos
- Como escolher o brinquedo ideal para cada faixa etária?
- Movimento pede que ação de brincar seja instituída por lei
Desde 2008, segundo o Ministério da Saúde, quase quatro mil crianças, de até 14 anos, foram internadas no SUS (Sistema Único de Saúde) devido a quedas ocorridas em parquinhos. No período de 2008 a 2013, foram registrados 18 casos fatais.
Muitos desses acidentes poderiam ser evitados se os fabricantes dos equipamentos, projetistas de playgrounds e os responsáveis pela manutenção desses espaços seguissem a Norma 16071 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que foi revisada em 2012, mas ainda é muito pouca conhecida e não é obrigatória.
O documento é dividido em sete partes, cada uma delas destinada a uma etapa da construção do playground. Entre as recomendações estão: a área de circulação ao redor do parquinho deve ter, no mínimo, 1,5 m; os cantos dos brinquedos devem de ser arredondados; roscas de parafusos salientes devem ter acabamentos de proteção; para desencorajar as crianças a correr dentro da área do trajeto dos balanços, é necessário instalar barreiras de segurança em torno dos brinquedos.
- Pelo direito de brincar: no Líbano, crianças refugiadas ganham playground em assentamento
- Blogueiro sugere como lidar com os conflitos das crianças na pracinha
- Muito além do escorregador: playgrounds originais para curtir em São Paulo
“O brincar é muito importante para o desenvolvimento infantil e os parquinhos são um dos principais espaços para as crianças escalarem, rodarem, balançarem e interagirem. Queremos que esses locais sejam seguros, onde a criança possa usar sua criatividade sem ser tolhida o tempo todo e até que possa cair de vez em quando, mas sem que ocorram lesões graves que deixem sequelas ou comprometam sua vida. Um parquinho seguro não significa um parquinho chato ou padronizado. Se ele seguir as referências da ABNT, as crianças poderão brincar ainda mais livremente e sem riscos.”, explica a coordenador.