Conheça a escola em São Paulo que trocou a sirene por música

07/06/2017 12:29

A orientadora pedagógica da EMEF – Escola Municipal Luzia Levina, Mônica Camargo, escreveu um relato para o portal Gestão Escolar, contando como uma atitude simples mudou para melhor a rotina da sua escola, em São josé dos Campos, em São Paulo.

Hora da entrada e da saída dos alunos: toque de sirene por cinco segundos. Hora do recreio: sirene. Intervalo: sirene. Nós todos, na escola, levávamos um susto pelo menos sete vezes durante um período do dia. Isso quando ela não disparava no meio de provas e atividades, desconcentrando estudantes e professores, e nos fins de semana, incomodando a vizinhança. Muitos franziam a testa. Outros tapavam os ouvidos. Alguns já tinham se acostumado. Ninguém gostava, mas esse era o padrão das escolas da rede municipal e nunca ninguém havia questionado, escreveu a profissional.

Monica conta que uma das mães dos alunos chegou a dizer que o som lembrava o toque de fábricas para entrada de operários. Ou seja, nada condizendo com o ambiente escolas. Quando as reclamações dos pais e funcionários se tornaram mais frequentes, os alunos se organizaram para pedir o fim do barulho.

Os próprios alunos escolhem as músicas.
Os próprios alunos escolhem as músicas.

“Colocamos a questão no conselho de escola e não foi preciso muita discussão para chegar à conclusão de que a música soaria melhor aos ouvidos. A mudança não foi fácil. Primeiro conectamos um tocador de fita cassete às caixas do velho aparelho de som, porém a cada 50 minutos alguém tinha de apertar o play”, disse a professora.

Na hora de escolher as músicas, as crianças da primeira fase do Ensino Fundamental preferiam os hits pop que ouviam no rádio, e os mais velhos, rock. A orientadora lembra que sempre estão de olhos nas letras das músicas: “não toca nada que seja ofensivo”.

Foi impressionante como uma coisa simples ajudou a melhorar o clima. A sirene remetia a um ambiente de produção em série e não de aprendizagem. As trocas de sala ficaram menos estressantes. Nunca mais ouvimos por aqui aquele som estridente, que, além de fazer mal aos ouvidos, parecia estar mandando todo mundo parar de pensar.”

Com informações do Portal Gestão Escolar.