Crianças debatem ‘jeitinho brasileiro’ em projeto sobre corrupção

18/05/2017 16:59

Como forma de trazer assuntos relativos ao cenário político brasileiro para a sala de aula, uma professora de Campina Grande do Sul, cidade do Paraná, aproveitou notícias de escândalos na política para discutir com os alunos temas como a honestidade em situações cotidianas.

A professora Expedita Estevão da Silva usou uma notícia do jornal, sobre uma faxineira atuada por furto após comer o bombom que estava sobre mesa de um delegado, em Roraima, para trazer o debate à tona.

“As crianças se interessaram muito por essa história e logo tomaram partido da mulher. Nós questionamos a postura do delegado, mas depois também começamos a refletir sobre pequenos gestos de corrupção que estão presentes no nosso dia a dia. O que era pegar um bombom ou um lápis na mesa do colega? Era certo mexer na mochila de alguém sem autorização? Eles começaram a refletir sobre essas ideias”, disse em depoimento enviado ao Porvir.

As crianças procuraram o significado da palavra ‘corrupção’ no dicionário, e começaram a listar ações que as pessoas faziam e que poderiam se encaixar nessa definição.

Em seguida, montaram um questionário e fizeram uma pesquisa com os adultos para ver se eles já tinham cometido alguma pequena corrupção, como estacionar em vaga de idoso ou comprar um produto falsificado.

“No final do ano, eles ainda tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências durante uma feira do conhecimento realizada na escola”.
“No final do ano, eles ainda tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências durante uma feira do conhecimento realizada na escola”.

Por meio de uma notícia do jornal, a educadora pode trabalhar com os alunos em sala de aula aspectos como leitura, interpretação de texto, palavras desconhecidas e expressões típicas do direito, como delito e inquérito.

A iniciativa da professora cresceu, e a escola fechou uma parceria com o fórum da cidade para que os alunos pudessem conversar uma juíza e um promotor sobre suas atividades.

“No final do ano, eles ainda tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências durante uma feira do conhecimento realizada na escola”.

De acordo com a educadora, a partir da experiência e dos debates em sala de aula, as crianças passaram a se falar sobre atitudes que consideravam erradas.

Com informações de Porvir.