Crianças em situação de rua protestam contra as mortes no Centro de São Paulo
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O “II Ato Pelo Não Silenciamento de Vidas e Mortes de Crianças, Adolescentes e Jovens Adultos no Centro de São Paulo” ocorreu na última sexta-feira (3/6) reuniu ativistas,educadores, defensores dos direitos das crianças e adolescentes, e meninas e meninos que vivem em situação de rua. A manifestação que pediu o fim da violência e invisibilidade social que atinge crianças e jovens na região central de São Paulo. Os organizadores da ação apontam que, em menos de um ano, sete pessoas nessas condições morreram, sempre em circunstâncias pouco esclarecidas.
A ação percorreu o Vale do Anhangabaú, passou pela Praça da Sé e terminou em frente ao Fórum João Mendes, onde o garoto João Victor Souza Nogueira Jesus dos Santos, de 13 anos, foi agredido até a morte, em março deste ano. Do começo ao fim, o ato foi protagonizado pelas crianças e jovens, que produziram cartazes, pintaram bonecos, puxaram gritos e relembraram o nome de mais de dez amigos que perderam nos últimos anos.
Uma combinação de uma série de fatores – entre eles a violência policial e a baixa eficiência dos serviços públicos no atendimento a essa faixa da população – torna a presença das crianças e adolescentes em situação de rua uma das questões urbanas mais complexas da metrópole paulistana.
A violência policial contra crianças e jovens, aliás, não é um problema exclusivo do centro da cidade. Na quinta-feira que antecedeu o ato (2/6), o jovem Ítalo, 10, foi assassinado após supostamente trocar tiros com policiais que o perseguiam após o roubo de um veículo, no Morumbi.
Em um contexto de graves retrocessos institucionais – no qual o debate sobre a redução da maioridade penal voltou à luz do dia –, defender os direitos da criança e do adolescente torna-se fundamental para a construção de uma cidade mais diversa, humana e educadora.
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As mais de 20 organizações que participaram da construção do ato também marcaram uma audiência pública para o próximo dia 21/6 (terça-feira), a partir das 17h no auditório da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (Rua Boa Vista, 200).
“Queremos deixar claro que nós, enquanto educadores e defensores de direitos, exigimos que essas crianças e adolescentes sejam reconhecidos enquanto cidadãos e portadores de direitos”, observou Tânia Lima, do Projeto Fundação Travessia. “A ideia é não apenas levar essa demanda, mas fazer parte da construção de uma política pública dedicada a crianças e adolescentes em situação de rua.