Diariamente, pai escreve cartas emocionantes para filhos e registra em blog
Desde janeiro de 2013, Pedro Fonseca, que é publicitário, fotógrafo e pai, escreve emocionantes cartas para seus filhos. As cartas, postadas quase que diariamente no blog Do seu pai, transmitem sentimentos, cuidado, aprendizados e reflexões, sempre “de pai para filho”, e também são um sucesso de repercussão na blogosfera.
“Esse aqui é um blog de pai para filhos. Com todo o amor que tenho dentro e fora de mim”, explicou ele em seu post inaugural.
A ideia para o projeto surgiu, inicialmente, do desejo de Pedro de escrever um livro de histórias infantis. A diferença é que o blog traz histórias e retratos reais dos filhos de Pedro, Teresa, João e Irene, e também de sua esposa.
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Confira alguns trechos de cartas:
“…A gente vive para girar, filha. Em torno da nossa própria alma, sensível às cócegas do amor. Em torno daqueles grandes astros que nos cercam, amigos. Quando eu canto baixinho, para você dormir, aquela canção que diz “todo dia o sol levanta e a gente canta o sol de todo dia/fim da tarde a Terra cora e a gente chora porque finda a tarde/quando a noite a lua mansa e a gente dança venerando a noite” é um jeito de te contar quase no mesmo silêncio sem gravidade, que dias e noites existem porque a gente flutua, gira, orbita em torno do amor. E sente cócegas por isso.”
“…É com os pés no mundo que a gente aprende a colocar o coração nos olhos. É com as asas abertas e disponíveis que alcançamos os melhores ventos. É na pressa que vive uma revolução. Amor sem urgência é planta sem sol. Vamos lá fora, filhos. Vamos lá fora de novo e de novo e de novo e quantas vezes forem necessárias para que saibamos: isso aqui passa rápido demais para a gente permanecer.”
“..Vou – incessantemente – buscar as felicidades dos meus filhos através de menos necessidades (porque quanto mais se precisa de coisas, menos temos tempo de ser gente)…”
“há exatamente um ano, presenciei um episódio e tanto. Um rio nascer. A primeira gota de chuva cair. O raio inaugural do sol entrar pela fresta da janela. Uma lágrima solitária escorrer pelo rosto ainda seco. Uma onda imensa quebrar numa parede de arrecifes. Um pequeno botão de flor deixar de ser botão e virar flor… Há exatamente um ano. Um choro. Um sorriso. Um abraço. Um rio. Uma chuva. Um mar. O sol. O vento, as árvores, a flor… Era cedo e o galo, ainda que existisse um pelas redondezas, não havia acordado para cantar. Era cedo e saímos de casa. Porque você havia decidido que o mundo existiria, a partir daquele momento, para você. Há exatamente um ano.
Parabéns, filha. Que mundo lindo você me deu. Obrigado”
As fotos do blog, que ilustram as cartas, também são lindas e trazem retratos do dia a dia da família e da infância das crianças. Confira algumas: