Ebook infantil ‘Chutando Pedrinhas’ aborda a relação entre pais e filhas
Homens carregando seus bebês em tecidos de pano amarrados ao corpo, vídeos de pais fazendo penteados em suas filhas usando aspirador de pó, ensaios fotográficos com pais cuidando sozinhos das crianças. As redes sociais potencializaram a divulgação de imagens dos homens cuidando dos seus filhos, e o tema da paternidade conquista cada vez mais defensores e simpatizantes. Apesar desse movimento crescente, ainda é comum encontrar a concepção de que a mulher deve ter a maior responsabilidade na reprodução, no cuidado das crianças e nas tarefas domésticas.
O livro infantil “Chutando Pedrinhas” aborda as especificidades da relação entre pai e filha e como os pais podem contribuir para uma educação equânime entre meninas e meninos. Enquanto caminham juntos, pai e filha conversam sobre os desejos e sonhos dessa menina que se descobre limitada por padrões sociais que reservam papéis específicos para homens e mulheres. Pela via do diálogo e do afeto, pai e filha vão desconstruindo velhos conceitos e construindo os pilares de uma educação baseada na igualdade e no respeito à individualidade.
Clique aqui para baixar o livro
- 5 ações para apoiar pais e mães no ambiente de trabalho
- Entenda a ligação entre idade dos pais e chances do filho nascer com autismo
- “Agora consigo realmente ver o que é viver de verdade”, conheça influenciadora que nasceu na favela e hoje estuda na USP
- Somente 33% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, em tecnologia a escassez é maior ainda
“Chutando Pedrinhas” foi inspirado nos resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Promundo em 2009 e 2010, com pais, mães e meninas de duas comunidades do Rio de Janeiro, sobre como a relação entre os pais (homens) e suas filhas influencia nas atitudes de gênero das meninas. A pesquisa demonstrou a importância de desenvolver estratégias para promover relações mais próximas e equitativas de pais com suas filhas.
Para muitos pais e responsáveis entrevistados na pesquisa, a diferença de gênero foi considerada um fator dificultador desta relação, por imaginarem que não poderiam dar conta de questões que são específicas de meninas, especialmente relacionadas às mudanças corporais na adolescência e sexualidade. Os pais acreditam também que meninas são mais frágeis e querem protegê-las das relações com meninos, vistos como mais “espertos” e violentos. Por outro lado, as meninas que participaram dos grupos focais tinham interesse em correr pela comunidade, soltar pipa e jogar bola com os meninos. Não entendiam porque não podiam fazer as mesmas coisas que seus irmãos.
No entanto, os pais e responsáveis também expressaram seu desejo em construir uma relação mais próxima e equânime entre suas filhas e filhos, além de educar meninas e meninos sem o uso de castigos corporais ou humilhantes.