Em Itu, alunos revitalizam escola para aproximá-la da comunidade
Estudar em um lugar bem cuidado é mais inspirador, e abrir as portas para a comunidade torna a experiência de aprendizado muito mais rica. Foi isso que os alunos da E.E Vila Lucinda, localizada em Itu, São Paulo, descobriram durante o processo de revitalização da escola.
Marcelo Aglio, professor de Língua Portuguesa, conheceu a abordagem do Criativos da Escola no site do projeto e quis levá- la para onde ministra aulas. Para fortalecer a equipe, convidou Marcela, gerente da escola para auxiliá-lo no desafio. Os dois começaram o projeto com os alunos do grêmio, que era pouco atuante antes da iniciativa. “O grêmio aqui na escola, em anos anteriores, não tinha participação quase nenhuma. Teve uma eleição porque o estatuto previa”, conta Marcelo. Aos poucos, outros alunos se identificaram e foram se agregando ao projeto. Após compartilharem uns com os outros os aspectos que não os agradavadam no ambiente escolar, eles fizeram uma grande lista do que desejavam mudar e imaginaram como gostariam que a escola fosse. E claro, foram colocar suas ideias em prática. O plano? Revitalizar o espaço e aproximar a escola da comunidade.
- Worldpackers: uma solução para quem quer viajar o mundo gastando pouco
- Shopping Vila Olímpia promove o SVO SECRETINHO com School of Rock para o Dia das Crianças
- Escola pública de SP está entre as três melhores do mundo
- 5 melhores destinos para viajar na primavera no Brasil
O evento aconteceu em dois dias, com o intuito de revitalizar parte da escola. Os alunos ficaram inseguros diante da primeira ação de transformação, mas tudo correu bem. “O nosso primeiro evento foi o Revira Vila, a gente achou que não ia dar certo, mas deu”, conta Gabrielli Branco dos Santos, aluna do terceiro ano do ensino médio. O projeto foi liderado pelos alunos, com o apoio dos professores, e contou a contribuição de empresas, comerciantes e moradores do bairro. No primeiro dia, todos se juntaram em um mutirão e fizeram uma limpeza no entorno da escola. Já no segundo, aconteceu o plantio de palmeiras imperiais, apresentações de dança, acrobacias circenses, oficina de grafite e brinquedos infláveis para crianças. Na avaliação do grupo, o evento agitou positivamente a comunidade. Os jovens não pararam por aí e, em junho deste ano, organizaram uma festa junina. Foi o primeiro evento noturno da escola, aberto para toda a região. Eles conseguiram arrecadar dinheiro para mais ações de melhoria na E. E. Vila Lucinda. “Conseguimos ter lucro para reverter no projeto. Eles conseguiram montar uma festa com custo quase zero, foi muito legal”, orgulha- se Marcela.
Para Gabrielli, o maior desafio durante o planejamento do projeto foi envolver a comunidade e os demais alunos. Marcela, acrescenta que, atualmente, a aprovação é maior, tanto por parte dos estudantes, quanto dos professores e da direção. “Queremos que todos comprem a ideia de que a gente pode transformar a escola e a comunidade em um lugar melhor para todo mundo”, diz. Com empatia, os alunos conseguiram convencer a todos. “A gente foi incentivando. Eles ficaram animados porque viram que estava mudando”, conta Gabrielli. O professor Weskle Paixão, de Filosofia, que também se envolveu na iniciativa, conta que a comunidade está aderindo bem ao projeto. “Estão se comprometendo a participar dos eventos. Aceitaram a ideia de que a escola é um espaço para a comunidade”, diz.
As melhorias não estão acontecendo apenas no espaço, mas também na forma como os jovens percebem e atuam no mundo. “O que estamos reparando em todas as disciplinas é que aumentou o rendimento deles, desde a parte reflexiva até a parte mais atuante”, conta Weskle. Há aproximadamente 20 alunos que participam diretamente da iniciativa e a perspectiva é que o grupo continue aumentando. “A cada encontro a gente vê um rostinho novo por aqui”, conta Marcela. Boas ações já aconteceram e maiores estão por vir. Para mudar é preciso acreditar: é assim que os alunos da Vila Lucinda estão conseguindo transformar a escola.