Erê pode tudo: crianças conversam sobre representatividade negra

09/11/2016 17:16

O Imagina Coletivo, iniciativa especialista em comunicação e em inspirar pessoas para ações transformadoras, lança hoje a campanha “Erê Pode Tudo”. O coletivo convida pessoas a trilharem uma jornada que incentiva a aplicar uma educação (de casa às instituições) inclusiva e para além do mês de novembro.

A primeira etapa da campanha é uma convocação das crianças para um mundo melhor. “Eu mudaria o racismo, que tem muito”, disse Zion Oliveira. “Quem tem o cabelo como o meu, crespo, não alisem, por que ter o cabelo assim é muito legal”, foi o conselho da Maria Júlia Silva”.

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Para preparar a campanha, cerca de 30 pessoas foram ouvidas para pesquisa e execução. A necessidade de compreender que, no Brasil, o racismo é estrutural e institucionalizado foi um dos aspectos mais reforçados. “A construção da identidade na infância se dá nas comunidades – escola, casa, espaços de lazer – e nem sempre os pais dão conta de todos os espaços, Por isso, precisamos pensar estruturalmente”, disse a partcipante Joice Berth, arquiteta, ativista do feminismo negro e mãe.

Realizado pela Unicef em parceria com a UNESCO, em 2012, o estudo “Acesso, permanência, aprendizagem e conclusão da Educação Básica na idade certa”, aponta que a discriminação é um dos principais obstáculos para o acesso à escola e a conclusão dos estudos. Em números, fica evidente que o racismo tem impactos significativos no abandono escolar: segundo dados da Relatoria Nacional do Direito Humano à Educação, enquanto 70% das crianças brancas conseguem concluir o Ensino Fundamental, somente 30% das negras chegam ao final dessa etapa (Inep, 2007).

Campanha

Serão quatro semanas com distribuição de conteúdo e chamadas para ação: lambe-lambe de heroínas e heróis negros, mapa de especialistas e dicas em educação, material específico de diálogo com pais e mães negras, camisetas e vídeos são alguns exemplos. Acompanhe tudo no Catraquinha! Para participar, basta fazer a inscrição neste link e escolher se prefere receber as instruções via e-mail ou Whatsapp.

Representatividade negra na infância.
Representatividade negra na infância.