Escola pede que alunos se fantasiem de ‘favelados’ para festa

29/06/2017 20:26

Uma escola particular de Itajaí, em Santa Catarina, está gerando polêmica por conta de um comunicado enviado para os pais dos alunos do 4º ano. No comunicado, a escola solicita que as crianças compareçam a um evento da escola fantasiadas de “Favelados do Rio de Janeiro”.

Imagem da nota enviada pela escola.
Imagem da nota enviada pela escola.

Uma foto do comunicado foi compartilhada por Willian Domingues, pai de aluno, em seu Facebook pessoal, e rapidamente gerou repercussão. De acordo com ele, seu filho de oito anos teria se recusado a comparecer à festa por não se sentir bem com a situação.

“A própria escola comentou no meu post e explicou que foi um equívoco. Mas, independente disso, vários pais e mães de alunos que comentaram acham que isso é normal. Disseram que o preconceito era nosso. É muito complicado. Fiquei pensando se tinha feito certo em postar isso, mas a gente não pode achar normal. Não é” disse o jornalista ao jornal Extra.

Sobre a situação, a escola explicou que a festa seria realizada em comemoração às férias e que o tema das fantarias fora definido pois as crianças estavam aprendendo sobre desigualdades sociais.

Confira a nota enviada pela escola sobre o ocorrido:

“Viemos através desta transcrever nossos mais sinceros pedidos de desculpas , pois ainda que possamos ter explicações , reconhecemos a inadequação de uma frase descontextualizada.

Ouvimos cada um de vocês, e explicamos o contexto da ação. Jamais teríamos a intenção de criar estereótipos.

Nosso espírito educacional é sempre na intenção de realizar ações que possam somar com a comunidade. É de prática cotidiana o acolhimento e humanização a nossos alunos , famílias e funcionários.

Houve um sério equívoco no bilhete enviado às famílias dos 4os anos e que separado do contexto a que pertencia tornou-se inaceitável. Esclarecemos que a atividade proposta foi na verdade baseada na canção “Alagados” do conjunto Paralamas do Sucesso, onde é citado a Favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, onde vivem hoje 130 mil pessoas ,em comunidades que se estendem entre a avenida Brasil e a Linha vermelha – duas das mais importantes vias de acesso à cidade.

Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão. Não aceitamos racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Nossos 55 anos de história atestam esta postura.

Convidamos a todos para acompanharem o nosso trabalho que sempre privilegiou os valores e reafirmar que repudiamos toda e qualquer forma de exclusão. Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos cada vez mais intolerantes e intransigentes nesse sentido. Enfrentaremos esse momento com humildade e o superaremos, fica o aprendizado.

Atenciosamente A Direção”

Com informações de Jornal Extra.

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