Escolas que se abrem para o bairro fortalecem suas práticas pedagógicas
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“Ao assumir a região em que os alunos vivem, a escola poderia potencializar as alternativas de trabalho, apropriando-se das características locais para o desenvolvimento de suas práticas, maximizando a possibilidade de aprendizagem presente nelas e a partir delas.”
É dessa forma que a professora do mestrado em educação daUniversidade do Vale do Sapucaí (Univás) e da graduação em pedagogia daUnicamp, Luana Costa Almeida, entende a relação escola-vizinhança: as instituições que se abrem ao entorno fortalecem suas práticas pedagógicas.
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Luana é também doutora em educação na área de Ensino e Práticas Culturais pela Unicamp e prossegue estudando o tema em seu projeto de pós-doutorado, intitulado “Escolas vizinhas, desempenho e composição socioeconômica desiguais: problematizando a relação entre desempenho e localização socioespacial”.
A pesquisadora baseou-se em índices socioeconômicos divulgados peloIBGE e em resultados da Prova Brasil e do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para fazer uma comparação entre as escolas municipais de Campinas e entender qual a influência do território no desempenho dos estudantes.
A pesquisadora acredita que avaliações externas como IDEB e Prova Brasil consideram poucas variáveis “em uma instituição tão complexa como a escola”, tornando-se instrumentos de avaliação “pobres”.
Luana avalia que não é possível afirmar que a disposição espacial das escolas está diretamente relacionada ao seu desempenho. Contudo, pode pesar nessa balança o maior respeito aos direitos sociais encontrados em regiões menos vulneráveis – como acesso à hospitais, transporte público, rede de proteção, educação e melhores condições de habitação e saneamento. “As redes de atendimento acabam fazendo com que o nível socioeconômico continue incidindo durante o aprendizado. Isso não decorre apenas da escola, pois é uma questão que precisa ser trabalhada de forma mais ampla.”