Famílias se mobilizam contra ‘brincadeiras perigosas’, como o jogo do desmaio
Do nosso parceiro Rede Brasileira Infância e Consumo – Rebrinc
Uma “brincadeira” vem preocupando famílias e mobilizando especialistas em todo o mundo. O jogo da asfixia, também chamado de jogo do desmaio ou do estrangulamento, pode gerar consequências neurológicas irreversíveis ou até mesmo a morte. Sem consciência dos riscos que a prática pode causar, crianças e jovens se aventuram no jogo por curiosidade e por causa da pressão de amigos que passam a conhecer a prática por meio de conteúdos divulgados pela internet.
Para debater o tema, o Instituto DimiCuida realiza em Fortaleza, no Ceará, 1º Colóquio Internacional sobre Brincadeiras Perigosas: práticas, riscos e prevenções no mundo. O evento acontece nos dias 25 e 26 de agosto com a participação de familiares de vítimas, especialistas e representantes de organizações da França, Estados Unidos e África do Sul que também alertam sobre os perigos dos jogos. Confira aqui a programação completa.
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Segundo a psicóloga Fabiana Vasconcelos, do Instituto DimiCuida, a internet é a principal fonte disseminadora das “brincadeiras” perigosas. Já foram encontrados mais de 20 mil vídeos e manuais explicando como se praticam os jogos. “Precisamos unir forças e alertar pais, educadores, profissionais da saúde e o poder público para combatermos a disseminação desses jogos na web”, explica Fabiana.
Fabiana esclarece que é necessário abordar o assunto através da escola em programas de prevenção que tratem do funcionamento da respiração, da importância de se cuidar do corpo, mas principalmente abrir canais para que crianças e adolescentes possam ser acessados em seus conhecimentos de tais práticas. “A informação, para não ser geradora de curiosidade, tem que partir das crianças e dos jovens e a partir daí desenvolver a consciência dos riscos a curto, longo e médio tempo, que são desconhecidos. É fundamental o entendimento da prática não como “brincadeira” ou “jogo” e sim como uma prática de sérios riscos e consequências que alteram o funcionamento da vida, seja do praticante ou de membros da família, de forma irreversível”, alerta.
A psicóloga explica que as orientações dos pais, educadores e profissionais de saúde são fundamentais nesse processo. Mas para que eles exerçam o papel de explicar os riscos, precisam primeiro adquirir a informação, a conscientização e conhecimento não só dos riscos da prática de não oxigenação, mas também dos sinais físicos e ambientais da mesma. “A partir desses sinais, um trabalho junto com profissionais de psicologia e psiquiatria pode prevenir um quadro irreversível”, esclarece Fabiana.