Livros que toda criança maior de 10 anos vai querer ter em casa

29/10/2015 16:54 / Atualizado em 07/05/2020 00:55

 
 

Há mais de um século que se edita livros destinados a crianças e a jovens leitores. Neste tempo, muitos autores e ilustradores trabalharam pensando neste público. Para ajudar, você leitor, nas escolha das obras o Catraquinha, convidou Luciana Conti, especialista em literatura infantil e juvenil para indicar aos leitores alguns livros para presentear e ler para as crianças.  Luciana Conti é titular da coluna “Hora da Leitura”, da rádio BandNews FM do Rio de Janeiro, é também mãe de dois meninos. Depois de encantar-se com as narrativas para leitores em formação criou o blog “Gato de Sofá” para compartilhar suas impressões de leituras com os filhos.

“Há muita coisa boa publicada, sendo quase impossível organizarmos uma lista dos melhores livros para crianças e adolescentes com poucas dezenas de títulos. Por isso, quando o Catraquinha me convidou, resolvi fazer três listas para indicar alguns dos livros que, acredito, têm tudo para fazer a alegria de uma criança. Eles são apenas alguns, sem a pretensão de serem os melhores”.

A indicação etária é apenas uma orientação. “É preciso avaliar individualmente a maturidade de cada criança para determinadas leituras. A leitura sozinha, por exemplo, requer mais maturidade do que aquela feita com a mediação de um adulto. Portanto, antes de comprar um livro, o folheie na livraria para ver se ele está adequado a criança a que se destina”, sugere Luciana.

Confira as sugestões para crianças maiores de 10 anos

 da Casa de Lygia Bojunga, conta a história de Raquel, uma menina em conflito consigo própria por reprimir três grandes desejos – o de ter nascido menino, de ser escritora e de ser gente grande. Os desejos de Raquel são guardados em uma bolsa amarela, um universo fantástico que envolve o leitor no processo de amadurecimento da menina.

“A invenção de Hugo Cabret”, Brian Selznick, da SM Editora, é um livro que tem o cinema como protagonista e por isso traz dele alguns elementos de sua narrativa. Selznick alterna longos trechos de texto com storyboards, sequências de desenhos usados na pré-produção de filmes, para contar a história de Hugo Cabret, um menino que vive escondido dentro do relógio de uma estação de trem na Paris dos anos 30.

“As mil e uma noites” é um belo livro sobre o poder das narrativas. A primeira história é a de Sherazade, que cria um estratagema para livrar a si e a seu povo do Rei Shariar, que depois de traído resolve dormir cada dia com uma virgem e entregá-la à morte ao amanhecer. Sherazade apela para o fascínio dos contos para, noite após noite, poupar uma moça de seu povo. Duas boas opões são as edições da Revan, com tradução de Ferreira Gullar, e da Cosac Naify, de Arnica Esterl, ilustrada por Oga Dugina.

“A moça tecelã”, de Marina Colasanti, da Global Editora, é um belo conto em que a premiada autora cria um universo fantástico para falar do feminino e do poder das mulheres na tecedura da vida. A narrativa de Marina é delicada e intensa, criando em uma história autoral o clima dos contos tradicionais. Um livro que emociona e encanta crianças e adultos. Um livro para compartilhar.

“Meninas inventadas”, de Ana Letícia Leal, da editora Escrita Fina., é um diário de várias adolescentes que falam das angústias comuns nesta idade. A narrativa da autora tem humor e delicadeza, ao mesmo tempo que enfrenta sem medo questões como amizade, conflitos familiares, as escolhas para o futuro, os namoros e a descoberta do sexo.

“O gênio do crime”, João Carlos Marinho, da Global, é um clássico que já está em sua 60ª edição e continua agrando a meninos apaixonados por futebol e por suspense. O livro conta as aventuras da Turma do Gordo que é chamada pelo editor de um álbum de figurinhas de futebol a descobrir uma quadrilha de falsários que estava colocando em risco sua empresa.

 
 
“O fantástico senhor raposo”, Roald Dahl, da Martins Fontes, narra o embate do senhor Raposo com Boque, Bunco e Bino – três fazendeiros “incrivelmente maus e mesquinhos”- que resolvem mata-lo por ele roubar bichos de suas fazendas para comer. O conflito acaba por envolver outros animais que vivem embaixo da terra e é rico em situações e soluções para a vida deles.

“O Pequeno Nicolau”, Goscinny, é um personagem de Goscinny, o criador de Asterix, que ganha corpo nas ilustrações de Sempé. Menino dos anos 60, Nicolau vive hilárias aventuras com seus amigos e pais, narradas de uma forma atropelada que faz lembrar a maneira das crianças de contarem um caso. Os livros são editados pela Martins Fontes e pela Rocco Jovens Leitores,

“Psiquê”, Angela Lago, Cosac Naify,é o reconto do mito de Psiquê, a bela princesa que desperta a ira da deusa Afrodite e, depois de enfrentar os abismos da alma e a morte, acaba conquistando o coração de Eros. As ilustrações de Angela criam uma atmosfera de sonho e fantasia, como pano de fundo para o enlace da alma com o amor, que faz do livro uma preciosidade.

“Sete ossos e uma maldição”, de Rosa Amanda Strausz, da Rocco Jovens Leitores, é um livro com 11 contos de terror que é uma boa pedida para a iniciação de jovens leitores no gênero. Com uma narrativa elegante, que não apela para o bizarro, Rosa cria histórias tensas, com tramas surpreendentes, que prendem a atenção do leitor até a última linha.