Mamãe, como eu fui parar na sua barriga?

Por: Mayara Penina

Do nosso parceiro A verdade é que 

Para muitas famílias, ouvir essa pergunta é sinônimo de desespero e despreparo para responder. As perguntas dos filhos podem surgir em diferentes faixas-etárias, originadas por simples curiosidade, conteúdos da internet e da TV, conversas com os colegas e observações do próprio corpo.

Para a psicóloga Karin Kenzler, do Colégio Humboldt, de São Paulo, a sexualidade faz parte vida do ser humano, permeia todas as nossas relações e é fundamental para o nosso bem estar e saúde. “Cuidar da saúde sexual faz parte da educação e falar de sexo com os filhos, em algum momento, se torna inevitável. Mas, calma. O assunto não deve ser motivo de preocupação ou medo e deve ser encarado com naturalidade, espontaneidade e bom senso.”

Deixe-se guiar pelas perguntas do seu filho, nunca respondendo mais do ele quer saber.

A seguir, Karin dá algumas dicas e dados para tirar de letra o assunto.

1- Fale com tranquilidade e naturalidade. Sexo é bom e saudável, só precisa ser adequado à faixa etária. Não enfatize apenas a prevenção de doenças e gravidez, o prazer e o afeto também são objetivos da orientação sexual.

2- Deixe-se guiar pelas perguntas do seu filho, nunca respondendo mais do ele quer saber. Não é porque seu filho de sete anos viu um vídeo pornô no whatsapp do irmão mais velho que você vai dar uma explicação detalhada de uma relação sexual. Ele não está preparado e nem tem maturidade para isso. Explique que aquilo são atores e que a realidade é diferente daquilo. Para uma criança nessa idade até um beijo pode ser nojento. Então a ideia é atenuar a lembrança dessas imagens, mas se certificando de que não deixou traumas (mudança de comportamento, sono, apetite).

3- Devolva a pergunta para seu filho ou pergunte de onde veio a palavra ou dúvida, para que você consiga contextualizar a resposta de acordo com seu nível de conhecimento e área de interesse. Ele pode estar perguntando o que é virgem lendo a embalagem de um azeite, por exemplo.

4- Se a pergunta for muito inapropriada para a faixa etária, diga que isto é coisa de adulto e que mais pra frente ele vai entender. Se ele persistir, devolva a pergunta e depois explique com as palavras dele.

5- Se você não souber a resposta, diga isto com tranquilidade e pesquise para dconversar depois.

6- Importante esclarecer que a questão da identidade sexual – homo, hetero ou bissexual – depende de por quem a pessoa se apaixonar. Simples assim.

7- Quando você achar que deve falar sobre o assunto e seu filho não pergunta, uma boa forma de iniciar uma conversa é falando de casos de terceiros, notícias na TV ou mídias no geral, que oferecem inúmeras oportunidades de falar de aborto, uso da camisinha, pílula do dia seguinte, doenças e gravidez precoce. Isto torna a conversa menos persecutória e seu filho vai poder falar sem medo de se expor. Marcar uma consulta com médico especialista para meninas e meninos também é uma oportunidade para os adolescentes tirarem suas dúvidas e conhecerem seu corpo.

Confira aqui a lista completa.

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