O que ensinamos quando obrigamos uma criança a beijar alguém?
Forçar uma criança abraçar ou beijar um amigo da família ou parente pode parecer uma atitude inocente mas, podemos realmente ser passando uma mensagem perigosa sobre regras de consentimento.
A imagem da página A Mighty Girl está circulando nas redes sociais “Eu tenho cinco anos”, lê-se na imagem. “Meu corpo é meu corpo. Não me obrigue a beijar ou abraçar.
A imagem foi publicada juntamente com com o texto “Eu não tenho o corpo do meu filho “, escrito pela escritora e produtora da CNN, Katia Hetter. Nele, ela argumenta que incentivar as crianças a se submeter a afeição não desejada é realmente ensinar-lhes que seus corpos não lhes pertencem, e que forçá-los a tocar as pessoas que não querem realmente poderia deixá-los vulneráveis aos abusadores sexuais.
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A organização Childhood Brasil trabalha para influenciar a agenda de proteção da infância e adolescência no país, compartilhou algumas dicas de como ensinar consentimento às crianças.
Para crianças de um a cinco anos de idade, a sugestão é explicar que abraços e beijos só podem ser recebidos se elas estiverem de acordo com isso. Nem elas, nem os colegas e nem mesmo os parentes têm o direito de forçar esses contatos. Até mesmo para lavar o corpo do seu filho ou cortar o cabelo, é necessária a sua permissão. A empatia, portanto, deve ser entendida desde cedo: se algo não faz bem a alguém, não deve ser feito.
Já os mais velhos, aqueles de cinco a doze anos que passam pelo período de puberdade, é necessário falar sobre o corpo. Fazer com que a criança compreenda que as mudanças são naturais é de extrema importância. Além disso, é necessário naturalizar os relacionamentos e estimulá-las a observar as expressões faciais dos outros, para garantir o bem-estar comum.