Para diminuir o número de cesarianas, Rio de Janeiro deve ganhar um novo centro de parto normal

26/01/2015 14:45

O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) pretende construir um centro de parto normal, na cidade do Rio de Janeiro. A unidade será vinculada ao complexo hospitalar que será erguido na Quinta da Boa Vista, na zona norte. A estimativa é que toda a obra custe R$ 600 milhões e seja entregue em 2017.

Centro de parto Humanizado Casa Angela, na zona sul de São Paulo.
Centro de parto Humanizado Casa Angela, na zona sul de São Paulo.

Segundo a Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre o Parto e Nascimento, divulgada em 2014, 56% dos nascimentos ocorrem por meio de cesarianas. A média mundial de partos cirpurgicos é 18%.

O centro de parto normal deverá contar com cinco salas para atender 200 parturientes por mês. “Teremos suítes amplas, que permitam a paciente caminhar, banheira – para o banho de imersão [que ajuda a aliviar as contrações]–, com conforto para os acompanhantes e privacidade”, explicou Maria Auxiliadora Mendes Gomes, responsável pelo projeto.

O Ministério da Saúde, que participa do projeto do complexo hospitalar, ainda deve definir a localização do centro de parto. Há duas possibilidades: dentro do hospital, em um andar independente, ou fora, seguindo modelos mais próximos às casas de partos (que não lembram a estrutura hospitalar), como recomendam especialistas, explicou o diretor do instituto. Procurado, o ministério não esclareceu como a decisão será tomada.

Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Pedro de Jesus Silva, dar mais conforto às gestantes, com atendimento humanizado e menos intervenções, é fundamental para diminuir o medo do parto e incentivar nascimentos naturais. “Lutamos muito pela ampliação dos centros de parto. Essa nova unidade deve ser referência na redução das cesarianas no Brasil. As cesáreas são importantes, mas devem ser recomendadas”, disse.

Atualmente, o Instituto Fernandes Figueira é referência para o Ministério da Saúde no atendimento a gestantes de alto risco, crianças e adolescentes e articula a rede de bancos de leite

 Via Agência Brasil