Professora pergunta aos alunos: ‘o que você gostaria que eu soubesse sobre você?’
Por Por Ana Luiza Basílio do Centro de Referências em Educação Integral
Luana Tolentino é professora de História de Belo Horizonte e recentemente decidiu comecar sua aula de um jeito diferente. Ela perguntou para uma turma do 30 alunos do 6º ano do ensino fundamental: “O que você gostaria que eu, sua professora, soubesse sobre você?”. Luana se inspirou nas práticas educativas de uma professora da cidade de Denver, no estado norte-americano de Colorado.
Luana notou o imediato interesse pela atividade. “Fui acolhida pelo encantamento e curiosidade delas”, relembra. A ideia é que os relatos entregues virem uma espécie de segredo entre ela e cada um dos estudantes. O processo é bastante espontâneo e a professora costuma fazer apenas orientações sobre a redação e tamanho do texto.
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Em conversa com o Centro de Referências em Educação Integral, Luana elencou os principais aspectos pedagógicos que a atividade fomenta e também fala sobre como a prática pode apoiar o papel mediador do docente.
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Para Luana, a atividade traduz a forma como ela mesma vê seus alunos. “Sempre busco propor algo que faça sentido a eles, que se afaste da ‘coisa maquinária’ de copiar e responder”, expõe. A docente comenta que é comum que se criem algumas convenções em torno das crianças. “Esperamos que eles sejam os mesmos, que tirem boas notas, que tenham bom desempenho. Mas a verdade é que eles não são iguais”, defende.
Em sua opinião, as atividades pedagógicas devem considerar cada estudante como indivíduo, com trajetória própria e especificidades. “Quando eles enxergam esse propósito, acabam por se aproximar mais de mim e da proposta e tornam a sala de aula um ambiente mais prazeroso”, afirma.
Confira abaixo alguns dos relatos recebidos pela professora complicados pela página Não me Kahlo